O Produto Interno Bruto (PIB) do estado de São Paulo cresceu 1,6% no terceiro trimestre (de julho a setembro), na comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta segunda-feira (30) a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). No segundo trimestre (abril a junho), houve queda de 7,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
No acumulado de 12 meses houve queda de 0,7% e, no acumulado de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior, a retração foi de 1,7%. No mês de setembro, o PIB do estado cresceu 1,2% em relação a agosto, descontada a sazonalidade, e 3,1% na comparação com setembro de 2019.
Em relação ao segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 9,4% no terceiro trimestre, feito o ajuste sazonal, depois de uma queda de 6,8% no segundo comparado ao primeiro. O primeiro trimestre do ano também havia apresentado redução de 1,3% em relação ao anterior.
A Fundação Seade avalia que, em termos gerais, ficou caracterizada uma recuperação da economia paulista, após a queda acentuada em março e abril, período que coincide com o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Projeções
A entidade estima que o PIB paulista deve fechar o ano com retração entre 1,1% e 0,1%, com queda média de 0,6%. Para 2021, as projeções indicam que a economia paulista pode crescer 4,9%, com variação entre 4,3% e 5,6%.
Entre os fatores de incerteza no cenário atual para a economia paulista, apontados pela fundação, estão o crescimento de casos e óbitos de covid-19 no Brasil, que pode impor recuos na flexibilização das medidas restritivas; a redução do auxílio emergencial, que deve contribuir para a retração do consumo e causar impacto nas atividades associadas ao comércio e serviços pessoais; o recrudescimento da inflação; e a taxa de desocupação em setembro no estado, que ficou em 14,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Sobre os recuos de medidas em relação à covid-19, o governo estadual paulista anunciou hoje (30) a regressão de todo o estado para a Fase Amarela do Plano São Paulo. A reclassificação acontece devido ao aumento das taxas de transmissão da doença e das internações no estado.
Além disso, a Fundação Seade inclui como fator de incerteza o aumento do endividamento público, cujo patamar deve se aproximar de 100% do PIB no curto prazo. “Isso dificulta a manutenção dos gastos públicos e pressiona a política monetária, pelo lado da rolagem da dívida mobiliária, como também embute riscos consideráveis de ampliação do chamado risco Brasil, afetando negativamente a entrada de capital estrangeiro”, disse a entidade.
Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
Edição: Graça Adjuto