Agosto: produção industrial cai na maioria dos locais pesquisados; Amazonas cresce 7,3%

Entre 15 locais pesquisados, sete apresentaram queda na produção industrial em agosto, na comparação com julho, com recuo de 0,7% na produção nacional. É o que aponta a Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), divulgada hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maior queda no mês foi registrada em Pernambuco (-12%), eliminando parte do crescimento de 6,1% apresentado em julho e exercendo influencia negativa no indicador nacional. De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o resultado de Pernambuco pressiona também o setor de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e higiene pessoal, além do setor de outros produtos químicos.

A segunda maior influência negativa veio de Minas Gerais, com -0,9%, puxada pelos setores de veículos automotores e de alimentos. Esta é a terceira taxa negativa seguida, permitindo que a indústria do estado acumule perda de 4,6%.

Também registraram quedas mais intensas que a média nacional o Espírito Santo (-3,7%), a Região Nordeste (-3,5%), o Mato Grosso (-2,3%) e Rio Grande do Sul (-1,0%). O estado de Goiás (-0,3%) completa a lista com queda na PIM em agosto.

Pelo lado das altas, o Amazonas cresceu 7,3%, puxado pelo desempenho dos setores de bebidas e de outros equipamentos de transportes, recuperando parte da queda de 13,2% registrada em julho. A alta de 7,1% no Pará interrompe três meses seguidos de queda na produção industrial, com perda acumulada de 9,7%. O estado foi influenciado pelos bons resultados dos setores extrativo e de metalurgia.

Também registraram alta em agosto os estados de Santa Catarina (1,9%), Paraná (1,5%), Rio de Janeiro (1,3%), São Paulo (0,4%) e Bahia (0,3%). O Ceará repetiu o patamar de julho, com variação nula.

Pandemia

Com esse resultado, seis dos locais pesquisados pelo IBGE ficaram em patamares acima do registrado no período pré-pandemia de covid-19, de fevereiro de 2020. Minas Gerais está 10,3% acima, além de Santa Catarina (4,9%) Paraná (1,8%) Rio de Janeiro (1,4%), Amazonas (1%) e São Paulo (0,1%).

Para Almeida, a pandemia ainda influencia a retomada do setor industrial, com os altos custos de matéria-prima e a falta de abastecimento de insumos.

“Há também uma diminuição no consumo, com inflação crescente, o que contribuí para reduzir o poder de compra das famílias. Tudo isso impacta na cadeia produtiva, afetando a tomada de decisão tanto por parte dos produtores quanto dos consumidores,” explicou.

Na comparação anual, a queda nacional foi de 0,7% e nove dos 15 locais pesquisados registraram redução na produção industrial. O maior recuo foi na Região Nordeste (-17,2%), seguido da Bahia (-13,8%) e de Pernambuco (-13,5%). Também caíram em relação a agosto de 2020 o Pará (-6,2%), Ceará (-5,6%), Goiás (-3,4%), Mato Grosso (-2,1%), Amazonas (-1,5%) e Rio Grande do Sul (-1,5%).

As altas nessa comparação foram registradas no Paraná (8,7%), Minas Gerais (6,5%), Espírito Santo (6,0%), Santa Catarina (5,8%), Rio de Janeiro (1,4%) e São Paulo (0,9%). O IBGE destaca que agosto de 2021 teve 22 dias úteis, um a mais do que agosto de 2020.

*Informações Agência Brasil de Notícias
Foto: Divulgação

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