Amazonas e GIZ buscam a reestruturação da cadeia da castanha no Estado

Parceria acontece por meio da Sedecti, que vem construindo a Política Estadual de Bioeconomia para o Amazonas. Foto:  Ramon Arcanjo/Sedecti.

O Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), assinou, nesta quinta-feira (02) um Memorando de Entendimento com a GIZ Agência de Cooperação Técnica da Alemanha visando o desenvolvimento e fortalecimento da bioeconomia sustentável e inclusiva no Estado.

A Sedecti, por meio da da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), vem construindo a Política Estadual de Bioeconomia para o Estado do Amazonas (PEB-AM), no âmbito do Programa Estruturante de Bioeconomia Amazonas, no Plano Plurianual 2020/2023.

Dentre outros objetivos, o Memorando também visa a estruturação da cadeia de valor da castanha, na busca de soluções para os principais entraves que o segmento vem enfrentando, como é o caso da renegociação de dívidas junto à Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam).

O secretário executivo da Sedecti, Valdenor Cardoso, frisou que a parceria com a GIZ é de fundamental importância, uma vez que “envolve cerca de 2 mil famílias que fazem parte de associações e cooperativas, vivendo em função da produção de castanha e que, por algum motivo, tiveram o processo interrompido”.

“O secretário Angelus Figueira determinou que buscássemos construir uma solução para equacionar a questão e retomar a produção da castanha que é muito importante sobre o aspecto social, econômico, e interiorização da economia. Daí a participação efetiva e intensa da Sedecti nesse processo”, salientou.

Cardoso também lembrou da importância da parceria com o governo alemão, seja por meio da GIZ ou do banco KFW, com o Governo do Amazonas, principalmente, na questão ambiental, com participação no Zoneamento Ecológico-Econômico, com treinamento para as equipes e aportes recursos.

“Hoje, o governo alemão está apoiando o desenvolvimento das cadeias produtivas do extrativismo e da economia sustentável. E, ao assinar este termo de parceria com a Sedecti, estamos fortalecendo esses laços para implementarmos novas ações”,  completou Valdenor Cardoso.

GIZ 

A diretora de projetos da GIZ, Tatiana Balzon, ressaltou que a assinatura do Memorando com a Sedecti significa a continuidade da “parceria que já existe de modo informal, mas que agora está sacramentada por meio de um Memorando de Entendimento que abrange as áreas da floresta, tais como: castanha, borracha e pirarucu ”

“Para nós, a Sedecti é hojen o principal canal no Estado do Amazonas para tratar de bioeconomia. Por isso, com a parceria, vamos buscar ajudar as associações da castanha e tratar a questão da renegociação. Assim, resolvida essa questão, vamos tentar outras possibilidades de financiamento para reestruturar a cadeia da castanha no mercado financeiro”, disse Tatiana Bazlon.

Assoab 

A diretora da Associação dos Agroextrativistas do Município de Beruri (Assoab), Sandra Amud, disse que a reunião foi muito produtiva.

“Estamos vivenciando um impasse de dívidas junto à Afeam, porém a Sedecti interveio a nosso favor, e hoje, estamos levando uma parceria bem positiva aqui dessa reunião. Esperamos resolver esses gargalos que estamos enfrentando e que têm gerado impacto negativo na nossa na nossa produção de castanha pela inadimplência”. 

Para Sandra, a articulação da Sedecti junto à Afeam e outros órgãos governamentais para buscar soluções para resolver o problema, traz esperança para que os extrativistas voltem a operar.

“Nossa expectativa é de voltar a atender os nossos extrativistas para que eles possam continuar na produção da castanha, beneficiando seus produtos, gerando emprego e renda que era o que eles já vinham fazendo”, apontou a produtora.

Famílias beneficiadas 

A Assoab foi criada em 1994 por um grupo de agricultores e extrativistas e trabalha atualmente com 65 famílias de baixa renda de forma direta dentro da usina, e com 352 famílias sendo atendidas de forma indireta nas comunidades cadastradas.

Segundo a diretora, a Assoab também abrange 20 comunidades indígenas e não indígenas em Beruri, com capacidade para atender 350 famílias  

cadastradas, que fornecem a castanha para a Assoab, “com pagamentos justos para que o castanheiro consiga uma renda melhor para a sua família”.

Atualmente, o principal cliente da Assoab é a marca Natura, para quem a Associação chegou a comercializar 30 toneladas de amêndoas ao ano, trabalhando com fornecedores diretamente do produtor extrativista das comunidades.

“O trabalho da Assoab é gerar emprego e renda, manter a floresta em pé e cuidar de suas famílias que moram naquelas regiões”, concluiu Sandra Amud.

Fonte: Agência Amazonas

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