O setor mineral apresentou um acumulado de US$ 8.8 bilhões, responsável por 83% das exportações paraenses
O Estado do Pará encerrou o primeiro semestre como o 5º maior exportador do Brasil, apresentando um valor acumulado de US$ 10.646.686.843 bilhões, equivalentes a 77.255.247 toneladas, no período de janeiro a junho de 2022 – uma variação negativa de -25,34%, em comparação ao mesmo período do ano passado. No quesito importação, estando na décima sétima posição, o Pará importou US$ 1.191.413.869 bilhões, justificando um saldo positivo de US$ 9.455.272.974 bilhões, o terceiro melhor do país. Os dados são do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (CIN/FIEPA), tendo como base os números do Ministério da Economia.
O setor mineral apresentou um acumulado de US$ 8.832.833.758 bilhões, responsável por 83% das exportações paraenses. O minério de ferro representou US$ 6.292.360.322 bilhões, fechando o período de janeiro a junho com a variação de -39,73%. Para esse produto e demais commodities, as quedas foram inevitáveis, primeiramente refletindo-se nas bolsas de valores asiáticas, com quedas de até 11%, e em seguida, nas balanças comerciais de diversos países.
A China é o país que mais importa minério de ferro, tanto do Brasil como do mundo. Todavia, a política de “COVID Zero”, adotada no território chinês, prejudica a Construção Civil e, como consequência, resulta em uma queda na utilização do minério de ferro.
O fechamento de siderúrgicas para reforma atrasa a produção de aço e o consumo de minério de ferro na China. Porém, apesar do atual cenário, o minério de ferro ainda representa 60% do valor total exportado pelo Estado do Pará mostrando assim a importância de se investir em projetos voltados ao desenvolvimento da mineração paraense, fortalecer os produtos existentes na balança comercial e diversificar a pauta exportadora do Estado do Pará.
O segundo produto de maior relevância para a Balança Comercial do Pará é a soja, que também tem como o seu principal destino a China. No total foram US$ 932.093.479 milhões exportados, com uma variação positiva de 71,03%, e a participação de 8,75% no valor total exportado pelo Estado.
Diversos produtos tiveram destaque positivo no período, como o ferro fundido bruto não ligado, que aumentou em 486,20%, com um total de US$ 62.037.815 milhões exportados para os Estados Unidos; e o minério de estanho, que teve um crescimento de 2.248,80% e valor exportado de US$ 10.213.392 milhões para a Malásia.
Entre os demais produtos que se destacaram na pauta de exportação, temos o dendê, que com um valor exportado de US$ 15.401.768 milhões apresentou uma variação positiva de 994,24% – a Suíça foi o principal país comprador.
Quanto à madeira, as exportações obtiveram um valor de US$ 221.947.275 milhões, em que o principal comprador são os Estados Unidos; e a castanha do Pará vendeu um volume de US$ 6.697.183 milhões, apresentando um crescimento de 47,14% e tendo como principal destino os Estados Unidos.
As carnes de bovinos também tiveram resultado positivo, com um volume de US$ 341.822.315 milhões exportados, principalmente para a China, e aumento de 52,65% no período. Também nessa pauta, os bovinos vivos apresentaram uma variação positiva de 235,84%, com um valor exportado de US$ 61.996.774 milhões e o Iraque como principal país destino. Além desses, destaca-se o cacau, que exportou US$ 708.345 mil para o Japão, principalmente, com um crescimento de 362,44% no valor exportado.
Entre as principais vias de exportação do Pará, Porto de São Luís lidera as exportações do minério de ferro paraense, acumulando o valor de US$ 6.292.360.322 bilhões, com 69.314.505 toneladas no período de janeiro a
junho de 2022, configurando uma queda de -39,70%, em comparação a esse período em 2021. O Porto de Belém teve a alumina calcinada como seu principal produto exportado, com o valor de US$ 922.043.875 milhões, 2.363.753 toneladas e variação positiva de 21,90%. Já o Porto de Santarém, tem como principal produto exportado a soja, totalizando US$ 97.224.564 milhões, 173.819 toneladas exportadas e a variação positiva de 13,06%, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Importação – No período de janeiro a junho de 2022, as importações sofreram um aumento significativo de 71,43%, o equivalente a US$ 1.191.413.869 bilhões e 1.916.430 toneladas. Os principais países fornecedores de produtos para o Pará nesse período são: Estados Unidos, Rússia, Colômbia, China e Espanha, respectivamente.
O principal produto importado pelo Estado do Pará foi o gasóleo (óleo diesel), totalizando US$ 174.126.578 em importações, e o principal fornecedor foram os Estados Unidos. Esse produto possui grandes aplicações no setor rodoviário (utilizado em carros, ônibus, furgões e caminhões) e no industrial (utilizado em geradores elétricos e caldeiras).
A compra de produtos de valor agregado dos Estados Unidos tem apresentado crescimento ao longo dos anos, e no primeiro semestre de 2022 as importações estadunidenses acumularam um valor de US$ 546.929.661 milhões.
Outro fornecedor que se destaca é a Rússia, a principal vendedora de outros cloretos de potássio, diidrogeno-ortofosfato de amônio, ureia, além de adubos e fertilizantes, todos apresentando variação positiva quando comparados à obtenção desses produtos no mesmo período do ano anterior.
Mesmo com as consequências negativas da guerra entre Ucrânia e Rússia, que perdura há mais de quatro meses, as relações comerciais entre o Estado do Pará e a Rússia não foram prejudicadas. O país prossegue sendo o principal fornecedor de adubos e fertilizantes, pilar forte para a manutenção do potente agronegócio paraense.
Apesar da guerra ter influenciado negativamente os valores da gasolina, observa-se uma queda no final do semestre. O risco da recessão global derrubou o preço do barril do petróleo, além das políticas do governo federal e estadual com a reclassificação dos combustíveis como bens essenciais, que limita a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Segundo a coordenadora do CIN/FIEPA, Cassandra Lobato, a guerra tem provocado desequilíbrio nos preços e incertezas no mundo todo. “Findar esse conflito traria o reequilíbrio dos preços anteriormente modificados por sanções e embargos de diversas nações”, afirma.
Para o segundo semestre, tem-se como expectativa o retorno do Estado do Pará ao primeiro lugar no ranking de saldo, devido à volta das vendas para os países do bloco asiático, em especial a China. Não obstante, a aproximação comercial do mercado estadunidense marcará um crescimento expressivo das exportações do setor de alimentos & bebidas e da madeira paraense.
Fonte: Fiepa
Foto: Divulgação/Fiepa