Inflação faz brasileiros aumentarem consumo de marcas próprias de supermercados

Segundo especialistas, produtos de marca própria dos supermercados são, em média, 20% a 30% mais baratos do que das marcas líderes no segmento

Em momentos de crise econômica, maior inflação e desemprego, o aperto no bolso do brasileiro faz com que muitos busquem alternativas às tradicionais marcas no mercado.

As chamadas marcas próprias – movimento de colocar o rótulo do supermercado em produtos dos mais variados tipos – estão ganhando força no país. Nos primeiros quatro meses de 2022, as pessoas gastaram 7,68% a mais com marcas próprias quando comparado ao mesmo período de 2021.

Esses produtos estão em expansão no país, e nunca foram tão importantes para os supermercados e farmácias. Segundo dados da NielsenIQ, produtos de marca própria já estão presentes em 34% dos lares dos brasileiros. Ainda, a cada compra feita no supermercado, quase sete itens do carrinho são marcas próprias.

Para além do consumidor

Não é apenas o consumidor que é beneficiado com a venda de marcas próprias: a margem de lucro desses produtos para o próprio supermercado e farmácia é maior.

“A marca própria é um componente que ajuda muito no crescimento no médio e longo prazo do varejista. Ela ajuda na rentabilidade da marca, e permite oferecer uma oferta de preço competitivo, fazendo com que o consumidor sempre volte”, explica Roberto Butragueño, diretor de varejo da NielsenIQ.

Segundo Eduardo Finelli, diretor de marcas exclusivas do GPA, controladora do Pão de Açúcar, “os produtos de marcas próprias são um pilar estratégico para o supermercado”.

No caso da controladora, o faturamento com marcas próprias corresponde a 21,5% das vendas totais no 1º trimestre de 2022. Ou seja: mais de um quinto de tudo que passou pelos caixas era da marca da empresa. No mesmo período de 2020, a participação desses produtos era de 18,7%.

No caso do Grupo Carrefour, no 1º trimestre de 2022, esse valor é de 19,7%.

No caso do fornecedor, pelo tamanho e representatividade das varejistas, elas garantem um negócio muito representativo. “Para um fabricante pequeno ou mediano no Brasil é muito difícil ganhar a escala se não desta forma. A parceria garante um crescimento sustentável”, complementa Butragueño.

Fonte: CNN

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