“A Amazônia brasileira não tem sinergia para superar os obstáculos\”

\"\"Fortalecer e ampliar novas redes setoriais, formadas por empresas de vários ramos de atividade, é a meta da Associação Pan-Amazônia para 2018. Com oito anos de atividade, a entidade, sem fins lucrativos, tem como parceiros pessoas físicas, entidades e empresas com forte atuação na região da Amazônia continental.Em parceria com os associados, a entidade realiza inúmeros eventos e seminários para tratar de temas como migrações, ilícitos fronteiriços, desenvolvimento do turismo regional, integração e desenvolvimento amazônico, entre outros. Nesta entrevista concedida à Revista PIM Amazônia, o diretor executivo da entidade, Belisário Arce, fala das relações desse movimento que envolve todas as nações que abrangem a bacia amazônica: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

 

O que é a Associação Pan-Amazônia e o que ela representa para a região amazônica?

Belisário Arce – É uma organização não governamental, sediada em Manaus, que trabalha com a missão de promover o ideal da integração e cooperação panamazônicacomo instrumento para o desenvolvimento regional.Opera como uma rede que une indivíduos, instituições e empresas da Amazônia continental, todos comprometidos com o ideal de fortalecer a Amazônia por meio do estreitamento de laços e de intercâmbios em diversas áreas. Nosso objetivo institucional é implementado por meio de atividades que envolvam participantes dos nove estados da Amazônia brasileira e dos oito países da Amazônia continental. Para tanto, realizamos seminários, palestras, cursos, publicamos livros, organizamos exposições artísticas, e concedemos prêmios honoríficos a pessoas e organizações amazônicas de destaque (ex.: Medalha Grandes Amazônidas, e Prêmio Pan-amazônico de Excelência Educacional). A Associação Pan-Amazônia não recorre a recursos públicos, financiando sua atuação apenas com contribuições dos associados, com a venda de livros que edita e publica, e com patrocínios de empresas privadas.

 

Quem são esses parceiros?

Os associados empresariais da Pan-Amazônia são empresas verdadeiramente amazônicas e comprometidas com a construção e um futuro mais promissor para nossa região, as quais, convencidas do valor do trabalho realizado pela Associação, tornaram-se membros e garantiram os recursos necessários ao funcionamento de nossa organização. As empresas associadas, em ordem alfabética são: Amazon Sat, Amazônia Golf Resort, Atem Distribuidora,Aviorairlines, Bemol, Bertolini Transportes,Carboxi Gases, Café Manaus,Ciex,Citycolor,Dihal da Amazônia, DD&L Advogados Associados,Engeco, Equador Petróleo, Estaleiro Rio Amazonas (Eram),Fogás, FSB Serviços, Go Inn Hotel Manaus, MD Revestimentos, Navegação Cunha,NeoTrends, Novotel Manaus, Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Rico Taxi Aéreo, Sindicato das Indústrias de Mineração do Pará  (Simineral), Torres Multicenter, Tv Lar,Valdemiro P. Lustoza& Cia. Ltda, Fundação FIDAL (Equador), Universidade Ecológica (Bolívia), Universidad Técnica Particular de Loja (Equador).

 

Qual o balanço que o senhor faz das ações implementadas pela Associação em 2017? 

Dois principais resultados foram atingidos em oito anos de atividades. O primeiro é tornar as temáticas panamazônicas conhecidas dos formadores de opinião e do público em geral. O segundo é a construção de uma verdadeira rede panamazônica, que permite realizar muitas ações com mínimos recursos e máximos resultados. Em 2017, especificamente, realizamos seminários nos quais se debateram temas importantes para a região, tais como migrações, ilícitos fronteiriços, liberalismo e seu papel para o desenvolvimento regional etc. Iniciamos projeto de recuperação da memória amazônica, com realização de exposições e o lançamento de um livro sobre Fordlândia, e com um trabalho com azulejos da época da borracha nas cidades de Belém, Iquitos e Manaus, com apoio da Atem Distribuidora. Na área cultural, exploramos a importância da gastronomia para aproximar os povos da Amazônia continental, atividade desenvolvida em parceria com a Secretaria de Turismo do Pará. Com efeito trouxemos para Belém e Manaus renomado Chef equatoriano que realizou aulas e eventos gastronômicos. Nessa mesma área, publicamos um livro de receitas com Chefs renomados dos Estados e países amazônicos, com apoio da Equador Petróleo. Uma iniciativa inédita. Muito importante em 2017 foi a ampliação de nossa rede panamazônica, com ingresso de novas empresas, e com muitas adesões de membros de outros Estados e países amazônicos. Houve um ingresso especialmente expressivo de novos membros do Pará e de Roraima.

 

Quais os projetos futuros, inclusive as projeções da entidade para 2018?

Para mudar o destino amazônico e direcioná-lo rumo a um futuro promissor, temos de mudar mentalidades. Creio que é importante que a Pan-Amazônia, cada vez mais, concentre seus esforços em atividades que contribuam para alterar o arcabouço mental das populações amazônicas. É importante que os povos amazônicos não se vejam como vítimas ou que se menosprezem. Ao contrário, é imperioso que sejamos altivos e fortes. Um caminho para isso é a integração e a cooperação. Em 2018, vamos concentrar nosso foco no trabalho de promoção de nosso ideal fundamental de uma Amazônia altiva, integrada e forte. Temos de fortalecer e ampliar novas redes setoriais que foram iniciadas em 2017. Será um trabalho de baixo perfil que, acredito, tem dado bons resultados. A Amazônia é o coração geográfico do subcontinente sul-americano. Seu território une nove países. A união é o caminho natural da Amazônia. Essa união tem de acontecer, porque é um elemento indispensável para gerar a sinergia que levará à prosperidade regional.

 

 

 

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