Os dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 2020, divulgada na quarta-feira (17), pelo IBGE, mostram que a receita bruta de revenda do Amazonas perdeu 5,5 pontos percentuais de participação na Região Norte, em dez anos, partindo de 30,4% de participação, em 2011, para 24,9%, em 2020.
As unidades locais de atividades comerciais também tiveram perda, passando de 9.062, em 2011, para 7.756 unidades, em 2020, 14,4% a menos em 10 anos – a maior perda, entre os Estados da Região Norte. O número de pessoas ocupadas no setor, por sua vez, variou positivamente (3,95%), nesse período, porém, apresentou o menor número desde 2011 (85.507 pessoas).
Vale destacar que a Pesquisa Anual do Comércio inclui as empresas em situação ativa no Cadastro.
Central de Empresas (CEMPRE), do IBGE, com CNPJ; que tenham atividade principal no na seção de Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; e também, para as Unidades da Federação da Região Norte (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e Tocantins), são consideradas apenas aquelas que estão sediadas nos Municípios das Capitais, com exceção do Pará, aquelas que estão sediadas nos Municípios da Região Metropolitana de Belém.
Destaques:
• No Amazonas, em 2020, o comércio varejista possuía a maior participação, tanto em unidades locais, quanto em pessoas empregadas, salários, e também em margem de comercialização. Na receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas, o comércio varejista também aparece à frente, com 45,5%, mas o atacadista obteve participação
semelhante, de 45,0%;
• Analisando a distribuição regional da receita bruta de revenda do comércio, em dez anos, a Região Norte ganhou participação, partindo de 3,6% de participação, em 2011, para 4,0%, em 2020;
• O Estado da Região Norte com maior perda no número de unidades locais comerciais, entre 2011 e 2020, foi o Amazonas (-14,4%);
• Em 2020, o setor comercial voltou a perder ocupações, após dois anos de alta, atingindo o menor número de pessoas ocupadas desde 2011 (85.507 pessoas).
A Pesquisa Anual de Comércio – PAC, do IBGE, retrata as características estruturais do comércio.
As informações apresentadas pela pesquisa são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo. A atividade comercial exerce relevante função de intermediação na economia entre provedores e consumidores de bens, facilitando, assim, as transações econômicas.
Na Pesquisa Anual do Comércio são apresentados os principais resultados das empresas comerciais, cujas atividades se dividem em três segmentos distintos: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado e comércio varejista.
Os resultados de 2020 apontaram que a Região Sudeste abarcou a maior parcela das principais variáveis da pesquisa: receita bruta de revenda; número de unidades locais; pessoal ocupado; e salários, retiradas e outras remunerações. No ranking regional, que permaneceu inalterado entre 2011 e 2020, seguiram-se as Regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
Para o Amazonas, a Pesquisa Anual do Comércio 2020 estimou que a atividade comercial obteve R$ 46,7 bilhões em receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas, e a margem de comercialização foi de R$ 10,6 bilhões. Além disso, o setor ocupou 85,5 mil pessoas, pagando R$ 2,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Esses valores foram gerados por 7.756 unidades locais de empresas comerciais.
Nesse período, no Estado, o pessoal ocupado em atividades comerciais variou 3,95%, passando de 82.135 pessoas, em 2011, para 85.507 pessoas, em 2020. No entanto, em 2020, frente a 2019, com os efeitos do primeiro ano de pandemia de Covid-19, o Amazonas empregou 2.156 pessoas a menos (partindo de 87.663, em 2019, para 85.507 pessoas ocupadas, em 2020), ou seja, queda de 2,5% em um ano. Nesse período, o número de unidades locais comerciais também caiu, de 8.427 unidades em 2019, para 7.756 unidades, em 2020; o que representa 8,0% de perda em um ano.
Os números de empregos no comércio amazonense passa por oscilações desde 2013, ano em que o setor empregou mais pessoas, 93.111, no total. De 2015 para 2016, o setor perdeu 6,0% de pessoa ocupado, voltando a ganhar ocupações em 2018 e 2019, mas, em 2020, o setor voltou a perder ocupações, atingindo o menor número de pessoas ocupadas desde 2011.
Considerando a Região Norte, houve crescimento no número de pessoas ocupadas em unidades locais do comércio, de 294.383, em 2011, para 326.510, em 2020, o que representa 9,9% mais pessoas trabalhando no setor.
O Estado da Região Norte com maior número de pessoas ocupadas é o Pará, com o total de 119.483. Já o maior crescimento no número de empregos no comércio, entre 2011 e 2020, foi o de Roraima, que saltou de 14.359 pessoas ocupadas, em 2011, para 19.330, em 2020, 25,7% de alta.
Na Região Norte, a variação no número de unidades locais de empresas comerciais, entre 2011 e 2020, foi de 0,3%, partindo de 31.533, em 2011, para 31.624, em 2020. Entre os Estados do Norte, o maior crescimento no número de unidades locais no período foi o de Tocantins, com 34,0% de aumento, partindo de 2.000 unidades locais, em 2011, para 3.030, em 2020. O Estado da Região com maior perda nessa variável foi o Amazonas (-14,4%).
No Amazonas, em 2020, o comércio varejista possuía a maior participação, tanto em unidades locais (78,3%), quanto em pessoas ocupadas (67,8%), salários (61,3%) e também em margem de comercialização (55,3%). Na receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas, o comércio varejista e atacadista obtiveram participações semelhantes, somando 45,5% e 45,0%, respectivamente.
No Estado, em 2020, o setor atacadista empregava 24,9% das pessoas no comércio, detinha 16,6% das unidades locais, e era responsável por 29,4% dos salários, retiradas e outras remunerações pagas. O comércio de veículos, peças e motocicletas, por sua vez, empregava 7,3% das pessoas do setor de comércio, possuía 5,0% das unidades locais, e pagava 9,3% dos salários.
Margem de comercialização
A margem de comercialização é o resultado da diferença entre receita líquida de revenda de mercadorias e o custo das mercadorias. Ela representa o esforço de vendas de mercadorias, depois de descontado o custo com a venda dos produtos.
Em 2020, as unidades locais comerciais do Amazonas obtiveram R$ 10,6 bilhões em margem de comercialização. Destes, a maior parcela, R$ 5,86 bilhões, foi obtida pelo comércio varejista; seguida do comércio por atacado, que registrou R$ 3,99 bilhões; e do comércio de veículos, peças e motocicletas, com R$ 745,6 milhões.
Receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas
Analisando a distribuição regional da receita bruta de revenda do comércio, em dez anos, a Região Norte ganhou participação, partindo de 3,6% de participação, em 2011, para 4,0%, em 2020. Ainda assim, a participação é a menor entre as Grandes Regiões. A Região Sudeste, por sua vez, possui a maior participação, com 49,4%.
Na Região Norte, destacam-se os Estados do Pará (37,0%), do Amazonas (24,9%), de Rondônia (12,7%) e do Tocantins (12,0%), que juntos perfizeram 86,6% da receita bruta de revenda da Região Norte. Os Estados do Amapá (4,9%), de Roraima (4,3%) e do Acre (4,2%) completaram o ranking da Região. Entre as atividades comerciais mais prevalentes, destaca-se o comércio por atacado, que corresponde a 49,3% da receita bruta de revenda da Região Norte. Em 10 anos, verificou-se o aumento de participação do Tocantins (5,8 p.p.), influenciado pelo relevante corredor logístico que
vem se estabelecendo na Região.
Algumas mudanças na representatividade das Unidades da Federação também merecem destaque.
Na Região Norte, o Amazonas respondia por 30,4% da receita em 2011, caindo para 24,9% em 2020 (-5,5 p.p.), enquanto o Tocantins cresceu de um patamar de 6,2% para 12,0% (5,8 p.p.) no mesmo período, assim como tiveram altas na participação também os Estados do Pará (1,4 p.p.), e Roraima (0,7 p.p.). Assim como o Amazonas, Amapá, Acre e Rondônia perderam participação, entre 2011 e 2020.
Fonte: IBGE – Unidade Amazonas