2º dia de CooperaPortos traz palestras sobre transição energética na frota marítima

Pela manhã, participantes abordaram, em seus painéis, temas envolvendo combustíveis denominados “verdes”, além da referência ao sistema de energia eólica offshore

Até 2026, o óleo diesel marítimo e o óleo combustível com baixo teor de enxofre deverão abastecer quase a totalidade da frota marítima. Também haverá o desenvolvimento de projetos para uso de hidrogênio e amônia, além do aumento de testes utilizando-se metanol e biocombustíveis. Essas foram algumas projeções apresentadas pela Comissão Coordenadora dos Assuntos da Organização Marítima Internacional (CCA-IMO/Marinha do Brasil) nesta terça-feira (04), no XXIX Encontro Cooperaportos – que acontece sob coordenação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e se encerra na quarta-feira (05), no Porto do Açu (RJ).

A previsão é de que, até 2030, combustíveis do tipo drop-in (bio-hidrocarbonetos, como o diesel verde) ou que requeiram retrofit mais simples (uma espécie de conversão para uso de combustíveis sustentáveis) sejam predominantes no setor. O Metanol e os biocombustíveis poderão ter um papel importante nesta transição. Supõe-se, ainda, que uma parcela pequena da frota marítima seja movida a amônia e hidrogênio. Em um planejamento estratégico, espera-se que, até 2050, uma parte considerável dos navios utilize combustíveis de baixo ou neutro carbono, conforme traçado exposto no painel “Combustíveis Verdes e Mudanças Climáticas”.

Também foram expostas, no mesmo cronograma, as medidas de mitigação e adaptação climática na percepção dos gestores e a sua inserção no planejamento e estruturação de projetos. Um ponto relevante se deu após a apresentação de uma pesquisa realizada pela gerência de Meio Ambiente da Infra S.A, que apresentou os resultados de uma pesquisa realizada com as autoridades portuárias sobre a gestão das mudanças climáticas: quando perguntado às autoridades portuárias sobre o uso de combustível alternativo – como gás natural, metanol, amônia, por exemplo, aqueles que se predispuseram a participar – em sua maioria (54,8%), disseram que tinham muito conhecimento sobre o tema, enquanto que 19% afirmaram não ter nenhum conhecimento.

Dentre as medidas e ações debatidas no encontro que podem ser adotadas para adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas estão: geração de eletricidade com zero emissão de CO2; priorização de ferrovias; e baterias instaladas em pequenas embarcações.

Eólicas Offshore

De acordo com a Marinha do Brasil, o Planejamento Espacial Marinho (PEM) é um instrumento público para a governança e soberania da Amazônia Azul – área marítima brasileira que, por conta das riquezas naturais e minerais abundantes, é chamada assim numa comparação à importância da floresta amazônica para o país. Com o PEM, há um maior planejamento para o emprego mais racional do espaço marinho e as interações entre seus usos.

Nesse contexto, o sistema de energia eólica offshore (fonte de energia limpa e renovável que se obtém a partir do aproveitamento da força do vento que sopra em alto-mar) é fundamental. Porém, para o seu estabelecimento, são necessários o PEM e o desenvolvimento da infraestrutura portuária.

Participação Dinamarquesa

Representantes da Autoridade Marítima Dinamarquesa e da Autoridade Dinamarquesa de Aviação Civil e Ferroviária participaram do Cooperaportos na manhã desta terça-feira. As autoridades estrangeiras abordaram a importância da descarbonização no transporte marítimo.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da ANTAQ

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