O mercado de assessores de investimento, os agentes autônomos, foi um dos mais efervescentes da economia brasileira nos últimos anos, na esteira dos juros baixos e do aumento da competição para além dos grandes bancos.
Histórias de crescimento meteórico, disputa de XP e BTG Pactual pelos maiores escritórios e profissionais contratados com luvas milionárias ganharam a Faria Lima e outras praças em um momento de euforia com o avanço do mercado de capitais do país.
Mas os juros baixos não só ficaram para trás como a economia voltou a conviver com uma realidade que muitos julgavam ter sido superada de vez: de taxas em dois dígitos, atualmente em 13,75% ao ano.
Novo cenário, novo (ou velho) comportamento de muitos investidores, que ampliaram a preferência por produtos mais conservadores, reduzindo o apetite pela renda variável e para o giro da carteira. Isso tem afetado os ganhos e acertado em cheio o mercado de agentes autônomos.
Escritórios chegam até a reduzir o quadro de especialistas em renda variável e a disputa por profissionais do setor, que girava na casa de R$ 1 milhão, já não encontra mais suporte.
O mercado de agentes autônomos agora passa por um movimento de consolidação, com ampliação dos portfólios de serviços e produtos oferecidos, vistos por alguns players do setor como essenciais para se diferenciar em um mercado que conta com mais de 17 mil profissionais e 1.200 empresas de assessoria.
Há também consolidação, com negócios de M&A (fusão e aquisição) entre escritórios.
Fonte: Bloomberg Línea