A 23ª Mostra de Gestão e Melhorias para a Qualidade, promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), revelou projetos empresariais e investimentos na saúde dos colaboradores e nos cuidados com o meio ambiente, a exemplo da Elsys Equipamentos Eletrônicos que resolveu uma problemática no processo de aplicação de resina em seus componentes.
As pessoas responsáveis pelo trabalho apresentavam risco de se expor ao produto chamado “xilitol xileno”, um composto orgânico volátil que pode provocar efeitos danosos à saúde, como tosse, dores de cabeça, dificuldades respiratórias, perda de memória em curto prazo, depressão, irritação ocular e dermatites, causadas também pelo contato com objetos contaminados pela substância.
De acordo com a analista de EHS (Environment, Health and Safety) da empresa, Deborah Bezerra, foi necessário realizar, primeiramente, a conscientização do time de execução da linha e, em seguida, a automatização completa do cálculo de proporção (pesagem), mistura e aplicação de resina. Explicou a especialista em proteção ambiental e manutenção de saúde e segurança no trabalho que o bem maior está em assegurar o compromisso da empresa com respeito ao meio ambiente e com o bem-estar de todos seus colaboradores.
A Solalux, voltada ao ramo de placas de energia solar e a Eco North Brasil, especialista no licenciamento ambiental de organizações, também mostraram que é possível unir desenvolvimento econômico e meio ambiente. As empresas se destacaram por suas inúmeras ações administrativas que proporcionaram às microempresas um posicionamento estruturado no mercado sem abrir mão dos valores de sustentabilidade.
Investimento em capacitação
Empresas também compartilharam resultados e propostas de desenvolvimento organizacional de excelência, a exemplo a Visteon Amazonas, que marcou presença tanto na modalidade Processo quanto em Gestão, compartilhando o foco na capacitação de liderança, trabalho em equipe e ações voltadas para a satisfação dos clientes, colaboradores e a sociedade em geral.
“Um dos programas de que muito nos orgulhamos é o ‘Visteens’, pelo qual oferecemos treinamentos de diversas áreas para os filhos de nossos colaboradores e parceiros, entre outros, buscando prepará-los para o mercado de trabalho”, disse Karina Travessa, supervisora de engenharia e apresentadora do projeto que concorre ao Prêmio Qualidade Amazonas na modalidade Gestão.
Alto impacto com baixo custo
Participante na modalidade Processo, a Moto Honda Componentes apresentou o case “Redução do índice de escapamento com camada baixa de tinta no setor de pintura em alta temperatura”, ao revelar como uma solução simples pode proporcionar alto impacto na linha de produção. Segundo a especialista técnica júnior da fábrica, Ádria Alencar, a proposta teve como base uma alteração de 55 graus no ângulo das pistolas de primer e tinta, ação de baixo custo e sem impacto para as pessoas que realizavam o processo de jateamento das peças.
“Nossa meta teve como proposta a redução de 87% na rejeição interna da baixa camada de tinta no modelo KVS, porém, após a implantação do projeto, conseguimos alcançar 100%”, confirmou a especialista, ao destacar também a redução de custos com tinta em 12,5%.
Atendendo as necessidades e também a custo muito baixo, a proposta da Valgroup Amazonas, apresentada pelo analista de melhoria contínua, Davi Ferreira, apontou uma economia significativa, de R$ 355.759,00, após solucionar os problemas de danificação nos canudos de papelão, presentes no processo de reciclagem de plástico, oferecido pela fábrica.
A Mostra de Gestão e Melhorias para a Qualidade foi realizada nos dias 10 a 14 pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) no Sesi Clube do Trabalhador.
Música gospel na pandemia
A mudança na estratégia de estilo musical para a sobrevivência e competitividade da empresa norteou o projeto do grupo Pactum. Segundo a empresária, Luci Carvalho, a experiência veio para solucionar um problema encontrado, principalmente no período da pandemia, quando as empresas e músicos tiveram que se reinventar no ramo musical.
“Nosso principal problema era não ter um nicho específico para trabalhar e, após pesquisas realizadas em plataformas digitais, percebemos que a procura pelo estilo gospel aumentou e não havia quem atendesse a essa demanda, ainda mais de forma presencial, e foi aí que focamos no estilo para atender a essa demanda”, disse Carvalho.
A Ozônio Telecomunicações apresentou o projeto “POP Municipal”, que se baseia em levar estrutura segura de telecomunicações para locais distantes, no interior do Amazonas. De acordo com o diretor comercial da empresa, Adriano Vieira, o POP Municipal, desenvolvido em uma espécie de caixa inteligente, gerencia toda a informação em um mesmo ambiente, apesar de energia ruim, temperatura muita alta, entre outros fatores.
“A implementação não é simples, a logística é muito complicada, envolve muita gente, balsas, caminhão, helicóptero. O maior desafio encontrado para implementação ainda é a logística”, afirmou Vieira. Hoje a Ozônio Telecomunicações está em vários municípios, como Tabatinga, Parintins e Itacoatiara, desde 2016.