A aposta em criptoativos próprios

Uma tendência está em curso na América Latina, com destaque no Brasil: o lançamento de criptoativos próprios

Por Isabela Fleischmann / Bloomberg Línea

A criação de criptoativos próprios vem ganhando corpo entre empresas da América Latina, especialmente no Brasil. O último a embarcar nessa tendência foi o Nubank, que lançará sua moeda digital própria, a Nucoin, na primeira metade de 2023.

O objetivo do Nubank, fintech com 70 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia e que tem investimentos de Warren Buffett, um notório crítico das criptomoedas, é oferecer aos clientes brasileiros benefícios como descontos e vantagens à medida que acumulam Nucoins. A empresa vai convidar cerca de 2 mil clientes para participarem do teste do Nucoin ao longo de outubro e novembro.

“É um caminho sem volta. Daqui para a frente a gente vai ver outras empresas tanto do segmento financeiro quanto de pagamento e marketplaces já estão analisando essa possibilidade [de ter uma criptomoeda própria]“, disse Henrique Teixeira, Global Head of Business Development da argentina Ripio, provedora da infraestrutura do token do Mercado Livre, em entrevista.

A iniciativa segue os passos de outras grandes empresas da América Latina. Em agosto, o gigante do e-commerce latino-americano Mercado Livre lançou a Mercado Coin também como parte de um programa de benefícios para fidelizar clientes.

Em julho, o Itaú Unibanco lançou seu primeiro token de crédito, um projeto-piloto interno com clientes de private banking. O banco brasileiro criou sua própria “tokenizadora”, unidade de negócio do banco responsável pelo processo de transformação de ativos em representações digitais que trafegam com a tecnologia blockchain.

Nesta semana, a Mastercard anunciou uma ferramenta para permitir a negociação de criptomoedas por bancos usando a infraestrutura da Paxos, que também faz a gestão das criptomoedas oferecidas pelo Mercado Livre.

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