Por Pauline Almeida
O mercado de condomínios logísticos (espaços usados para armazenamento e distribuição de mercadorias) no Brasil, somou 812 mil metros quadrados de áreas entregues no terceiro trimestre deste ano e chegou a 22,4 milhões de m² totais no país, o maior patamar da série histórica. Os dados são da plataforma Market Analytics da SiiLA, multinacional de análise de dados do mercado imobiliário comercial na América Latina.
Entre julho e setembro, foram 11 novos empreendimentos e sete expansões. O CEO da SiiLA, Giancarlo Nicastro, afirma que foi a terceira maior entrega de novo estoque já registrada desde o início do monitoramento do mercado pela empresa. Outros 4 milhões de m² devem ser finalizados até o fim de 2023, 80% deles na região Sudeste.
A ampliação dos imóveis logísticos também foi acompanhada pelo aumento da taxa de vacância, que passou de 8,89%, no segundo trimestre, para 10,25% no terceiro. Das áreas novas, por exemplo, 70% foram entregues vazias, ou seja, sem inquilinos.
Giancarlo Nicastro, no entanto, afirma que a taxa de vacância ainda está dentro do equilíbrio.
“O que a gente vê hoje de entregas são projetos que foram aprovados há três ou quatro anos, que estavam esperando um mínimo aquecimento do mercado. É importante lembrar que o setor tem um ciclo longo. E apesar de serem entregues vazios, existe ainda uma necessidade de expansão de atividades e até mudança de tipo de empreendimentos, como no setor de varejo, transporte e logística, e-commerce”.
Segundo o CEO da SiiLA, desde 2010, o mercado brasileiro passou a receber condomínios logísticos de alto padrão, que atenderam uma demanda reprimida. Com a pandemia e a aceleração das compras online, houve uma procura intensa por essas áreas.
Hoje, segundo ele, o Sudeste concentra cerca de 76% dos condomínios logísticos, com aproximadamente 18 milhões de m². Mas há necessidade e tendência de novos mercados, como a região Sul, onde a taxa de vacância é de pouco mais de 7%, Pernambuco, com quase 4%, e Ceará, com índice de imóveis vazios próximo a 0%.
“As empresas começaram a expansão pela região Sudeste, que é o polo financeiro do país, mas a necessidade de expansão para outras regiões é latente. A grande competição é para quem entrega mais rápido e no menor custo. Para isso, precisa ter uma boa localização”.
O balanço do terceiro trimestre mostra também um avanço de 6,2% no preço do m² nas áreas de logística, com um aumento de R$ 21,84/m² para R$ 23,08/m². De acordo com Nicastro, o valor é um desafio atual, diante do aumento dos custos de operação e terrenos.
Já entre as absorções do período, as maiores foram observadas por uma rede de petshop online, com 78 mil m² em Minas Gerais; por uma companhia do setor petroquímico, com 45 mil m² na região do Grande ABC; e ainda por uma empresa de transportes e logística, com 41 mil m², no interior paulista.