Um grupo de trabalho para a criação de uma moeda comum – ou unidade de conta comum – para operações de comércio exterior entre membros do Mercado Comum do Sul (Mercosul) será criado a partir do acordo que será assinado nesta tarde entre o Brasil e a Argentina, segundo apurou a reportagem. A proposta, contudo, não visa unificar as divisas entre os países, como foi feito na União Europeia com o euro.
A unidade de conta comum seria utilizada apenas para transações comerciais entre países para evitar que uma política mais apertada nos Estados Unidos, por exemplo, limitasse o comércio exterior na América do Sul por redução na oferta de dólar, moeda que atualmente é utilizada na maior parte desses contratos.
O novo sistema funcionaria como uma câmara de compensação conjunta. Segundo fonte do Ministério da Fazenda, a formação do grupo de trabalho é um primeiro passo para tentar viabilizar a moeda comum, mas os debates ainda são embrionários e não há prazo para que o projeto seja concretizado, podendo levar anos.
Os detalhes da proposta ainda serão discutidos, mas o mecanismo poderá integrar gradualmente os países-membros do Mercosul. O acordo também prevê o lançamento de uma linha de crédito para que importadores argentinos possam tomar crédito em bancos brasileiros. As operações serão garantidas pelo Fundo Garantidor de Exportação, com contrapartida de contratos depositados em Nova York para garantir a conversibilidade, mas sem subsídio brasileiro.
A ideia é que qualquer banco possa conceder o empréstimo e que os recursos sejam depositados diretamente para o exportador brasileiro para garantir que sejam utilizados apenas em transações comerciais.
Fonte: Valor Econômico