Uma mudança nas condições de temperatura, nos próximos meses, pode levar ao possível retorno do fenômeno El Niño. Nos últimos três anos, o clima foi influenciado pelo La Niña com padrões de chuvas em diferentes partes do mundo.
A previsão é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), com base em estudos realizados por entidades parceiras, entre elas o UK’s Met Office, do Reino Unido. A agência da ONU afirma que existe uma probabilidade de 15% do El Niño voltar entre abril e junho. As chances sobem para 35% entre maio e julho. E são de 55% de junho a agosto.
Conhecido como um fenômeno atmosférico, o El Niño causa um aquecimento, fora do normal, das águas do Oceano Pacífico na parte equatorial, o que por sua vez influencia a superfície da água e o clima de outras partes do globo. Já o fenômeno La Niña está relacionado à redução da temperatura das águas do Pacífico também na parte equatorial.
De acordo com meteorologistas, o período seguinte será conhecido como de condições neutras Enso, o que significa “nem El Niño nem La Niña”, o que pode ocorrer entre este mês até maio com 90% de chance. A previsão é resultado de modelos e avaliações de peritos que trabalham na atualização das informações.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), existe uma incerteza associada às previsões para esta época do ano.
O secretário-geral da agência, Petteri Taalas, afirma que o período de três anos consecutivos do La Niña está chegando ao final, assim como o efeito de resfriamento que freou, temporariamente, o aumento das temperaturas globais, ainda que os últimos oito anos tenham sido os mais quentes já registrados.
Taalas avalia que com a chegada do El Niño, as temperaturas globais voltem a subir. A OMM lembra que 2016 é até agora o mais quente da história por causa da combinação do fenômeno meteorológico com a mudança climática.
Aquecimento
Existe 93% de chance de pelo menos um ano até 2026 se tornar o mais quente, segundo os modelos apresentados. O mesmo modelo apresenta uma probabilidade de 50% de chance de a temperatura global alcançar 1.5°C acima dos níveis da era pré-industrial. As informações foram divulgadas no ano passado pelo Escritório de Meteorologia do Reino Unido, o UK Met Office.
O La Niña atual começou em setembro de 2020 com uma pausa breve do verão boreal de 2021. O resfriamento em larga escala é um cenário oposto ao que se vê com o El Niño, que tem um impacto de aquecimento.
No mês passado, a OMM divulgou um panorama regional para o continente africano sobre a situação catastrófica do Chifre da África que pode piorar por causa da expectativa de pouca chuva prevista para a estação de março a maio deste ano.
O La Niña tem sido associado à seca na região assim como em partes da América do Sul, e a uma estação de chuvas acima do normal no sudeste da Ásia e na Australásia, que inclui Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e outras ilhas da região.
Fontes: CNN / ONU News