Mudança de modal aéreo para marítimo ajuda a conter custos na indústria de máquinas

Grupo GEMÜ conquistou redução de 23% nos gastos de transporte para o Brasil por meio da otimização de estoques

Entre os gargalos da indústria brasileira, o custo de logística é um dos principais. De acordo com a pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no fim de 2022, entre 43 entraves apontados ao comércio exterior, os principais são o custo do transporte internacional, as tarifas elevadas cobradas pelos portos e o custo do transporte doméstico.

No setor de máquinas e equipamentos, que trabalha com o recebimento de peças e o envio de produtos para todo o país em rotinas apertadas, uma solução para amenizar esse custo é a otimização de estoques, medida adotada pelo grupo Gemü, fornecedor de válvulas e sistemas de medição e controle para todo tipo de operação fabril. Com isso, o grupo alcançou redução de 23% em seu custo de transporte internacional para o Brasil.

“Aqui no Brasil, fizemos um estudo dos nossos itens de giro contínuo que poderiam ser trazidos da Europa por via marítima. Para isso, usamos tecnologia para rastrear nossos estoques e entender exatamente as quantidades de consumo padrão, para programar no longo prazo”, explica a gerente Supply Chain da Gemü, Ureo Pereira.

A empresa, multinacional alemã com fábrica em São José dos Pinhais (PR) com cerca de 130 funcionários, usou quase exclusivamente o transporte aéreo ao longo de mais de 40 anos de atividade no Brasil. Porém, com o aumento do preço das tarifas, somado a custos mais altos de combustível e outras pressões da inflação ao longo da pandemia, a decisão foi diversificar o modal para incorporar o marítimo. Com isso, tornou-se possível trazer as peças da matriz necessárias para serem adaptadas no Brasil às necessidades dos clientes locais.

Trata-se de um trabalho sincronizado que envolve times internos, de fornecedores e de clientes, com muita otimização. “Sempre tivemos o estoque otimizado, mas com o recebimento por via marítima ele precisou ser incrementado, considerando o aumento de prazo logístico e muito bem ajustado às demandas de nossos clientes”, explica a gerente.

Além dessa redução nos itens de linha normais, foi possível alcançar 76% de redução no custo de frete internacional de uma das matérias-primas para a válvula diafragma (o item lençol de borracha), novamente com a passagem do modal aéreo para marítimo – dessa vez em contêiner refrigerado.

“Por se tratar de um material que requer controle de temperatura para não endurecer no transporte, ele era importado via aérea. Com a opção do contêiner refrigerado em navio, pudemos alcançar essa redução, o que nos exigiu apenas a readequação dos níveis de estoque e programação antecipada da logística para garantir disponibilidade do equipamento”, comemora a gerente.

A decisão de aumentar estoques veio em bom momento, por conta do contexto de falta de matéria-prima e desabastecimento que se intensificou na pandemia. Se antes o estoque contemplava os 45 dias seguintes, hoje ele chega a três meses. E para casos imprevistos, é sempre possível conseguir espaço no próximo embarque aéreo.

Logo após os primeiros embarques via navio, que funcionaram bem, foi possível adaptar o calendário de embarques de peças e ter uma previsão bastante realista de volumes e antecipação de estoques – e conter custos.

Fonte: Portos e Navios

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