Planeta terá dois terços da população afetados por escassez hídrica até 2025

CEO do Pacto Global da ONU no Brasil Carlo Pereira deu detalhes sobre a Conferência da Água, que tem hoje um evento focado na situação brasileira
Rochas subaquáticas emergem das águas do Lago de Garda depois que o norte da Itália passou pela pior seca em 70 anos em Sirmione, Itália, em 16 de agosto de 2022. Foto: Flavio Lo Scalzo/Files/Reuters

Ao longo desta última semana, a Organização das Nações Unidas promoveu a Conferência da Água 2023, em Nova York, nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira (24) o Pacto Global da ONU no Brasil promove um evento sobre a governança dos recursos hídricos no país, com foco na crise climática.

Carlo Pereira, que é CEO do Pacto Global, afirmou que o “problema da água não é novo”, tanto no mundo, quanto em outros lugares do Brasil.

“O que a ONU prevê é que, por causa da crise climática e mau uso da água, até 2025 a gente vai ter dois terços da população mundial com escassez hídrica”, alertou.

Até 2023, a previsão é de que haja 40% de lacuna entre oferta e demanda pela água.

“A ONU também aponta que em 2030 teremos 700 milhões de pessoas em risco de deslocamento, que terão que migrar pela falta d’água”, completou.

Ao mesmo tempo, Carlo afirma que os problemas hídricos são reversíveis, desde que o mundo mude “o consumo e hábito em relação à água.”

“Temos tecnologia suficiente para resolver o problema”, defendeu.

Segundo o especialista, usando o Brasil como exemplo, há 35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada e metade não tem esgoto tratado.

“Para isso temos a tecnologia e empresas, públicas ou privadas, sabem fazer. O que falta é que governos, empresas e a sociedade civil decidam que é necessário fazer.”

Carlo Pereira destaca que o evento busca estabelecer iniciativas de cooperação, para resolver o problema e dar acesso à água.

“Temos que lembrar que a água está disponível, o que temos que fazer é não só canalizar até quem precisa, mas também pararmos de poluir nossos rios e mares”, completou.

Fonte: CNN

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