A subutilização da força de trabalho chegou a 24,7% no primeiro trimestre de 2018, atingindo 27,7 milhões de pessoas. Esta é a taxa mais alta da série iniciada em 2012. A subutilização representa desempregados e subocupados por insuficiência de horas e, a força de trabalho potencial. É o que mostra a pesquisa da PNAD Contínua Trimestral, realizada pelo IBGE.
A pesquisa também mostra que o desalento atingiu os maiores níveis da série, com o contigente de 4,6 milhões de pessoas. O desalento faz parte da força de trabalho potencial, ou seja, a que engloba as pessoas que estavam fora do mercado de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguiam trabalho, ou não tinham experiência, ou eram muito jovens ou idosas, ou não encontraram trabalho na localidade – e que, se tivessem conseguido trabalho, estariam disponíveis para assumir a vaga.
Segundo o IBGE, um dos pontos em destaque da pesquisa é que o aumento da taxa de subocupados se deve à diminuição do número de desocupados, que têm se refugiado na informalidade para fugir à crise econômica, o que denota uma precarização no mercado.
De acordo com Cimar Azeredo, em relação ao 1º trimestre de 2017, o número de pessoas que trabalharam por conta própria aumentou significativamente em dez unidades da federação. “Entre esses locais, estão São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, estados economicamente fortes. As outras unidades da federação que tiveram aumento foram Acre, Rondônia, Mato Grosso, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazonas”, conclui.
No trimestre, taxa de desocupação cresce em todas as grandes regiões
A taxa de desocupação no Brasil, divulgada em 27/04, foi de 13,1%. Em relação ao 4º trimestre de 2017, a taxa de desocupação subiu em todas as regiões: Norte (de 11,3% para 12,7%), Nordeste (de 13,8% para 15,9%, as maiores entre as cinco regiões), Sudeste (de 12,6% para 13,8%), Sul (de 7,7% para 8,4%) e Centro-Oeste (de 9,4% para 10,5%). Na comparação anual, a taxa recuou em todas as regiões. Amapá (21,5) e Bahia (17,9%) foram os estados com a maior taxa de desocupação. As menores foram registradas em Santa Catarina (6,5%) e Mato Grosso do Sul (8,4%).