Ela já foi chamada de “Paris do Leste”, e não é difícil entender o porquê. As construções majestosas à beira do Danúbio – que ficam ainda mais bonitas à noite, iluminadas – tornam quase obrigatório um cruzeiro pelo rio que corta literalmente a cidade.
Sim, Budapeste já foi duas: Buda e Peste, unificadas no século 19. Hoje, ela figura no noticiário muito mais pela guinada política à direita que a Hungria viveu depois da chegada de Viktor Orbán ao poder, em 2010. Mas a cidade, que é uma das maiores da União Europeia, tem História que vai muito além disso. Quer ver?
- A Hungria se orgulha de ser um país de inventores. E foi em Budapeste especificamente que foram inventados o cubo mágico e a caneta esferográfica. Também foi ali que, pela primeira vez, a vitamina C foi isolada, pelo cientista Albert Szent-Györgyi, que estudava a oxidação dos alimentos.
- Budapeste é a capital dos spas no mundo. São 118 fontes de águas termais espalhadas pela cidade, em piscinas de água quentinha, com temperaturas que podem variar de 20 a 40°C, aproximadamente. É uma tradição da cidade, e tem opções para todos os gostos e bolsos, inclusive de baladas nas termas.
- Por falar nisso, essa abundância fez com que as águas abrissem um verdadeiro labirinto de cavernas subterrâneas pela cidade. Algumas delas foram inclusive usadas como abrigo antiaéreo durante a Segunda Guerra Mundial. Uma das mais famosas está bem no centro da cidade: a Molnár János tem quase 7 km de extensão e, em alguns trechos, pode chegar a 90 metros de profundidade.
- Budapeste reivindica o título de “lar do goulash”, embora o prato apareça em todos os países que fizeram parte do Império Austro-Húngaro. Ele é feito de cubos de carne cozidos com cenoura, cebola e, às vezes, batata. E muita páprica. Em Budapeste aparece mais como sopa. O prato é tão famoso que deu origem ao termo “comunismo goulash”, em referência ao regime que se praticou na Hungria a partir dos anos 60, com menos restrições de liberdade em relação a outras nações comandadas pelos russos.
- Aliás, a culinária local não pode viver sem páprica. No mercado central de Budapeste é possível encontrá-la em várias barracas, nas versões doce, apimentada e defumada.
- No mesmo mercado central, há uma grande variedade de cogumelos. O que nem todo mundo sabe é que ali também é possível encontrar as famosas e caras trufas. Muitos chefs compram a iguaria em Budapeste, que tem boa qualidade, porém preço inferior à de outros locais da Europa.
- Queijo e chocolate não parecem uma combinação muito atraente à primeira vista. Mas há uma sobremesa excêntrica que é amada pelos húngaros e pode ser encontrada em qualquer esquina da Budapeste: o Túró Rudi. Trata-se de uma barra de queijo cottage coberta com chocolate amargo. E é claro que, assim como os brasileiros adoram “inventar moda” com comida, em Budapeste já é possível encontrar versões do doce com morangos, caramelo salgado, e até com marzipã.
- Hollywood da Europa. É assim que alguns chamam a capital húngara. Com cenários estonteantes, a cidade é versátil e já foi palco para filmes como “Operação Red Sparrow”, “Duro de Matar: um Dia Bom para Morrer”, “Missão Impossível: Operação Fantasma”, episódios da série “Homeland”, e até mesmo o recente “Borderlands”, inspirado numa franquia de videogame, com Cate Blanchett.
- O comunismo ainda é um assunto sensível por ali, já que milhares de opositores ao regime foram torturados e mortos. E o maior exemplo disso é o parque Memento, um verdadeiro cemitério para as estátuas da era comunista. São mais de 40 delas, que retratam Vladimir Lênin e outros líderes soviéticos, que foram removidas do centro de Budapeste depois do fim da Guerra Fria, no início dos anos 90, e levadas para esse local, distante do centro da cidade.
- Por outro lado, o saudosismo da Hungria comunista foi transformado em negócio. Hoje, é possível pagar para fazer um passeio de Trabant pelas ruas da cidade – o famoso carro produzido na Alemanha Oriental que era o único acessível aos cidadãos do Leste naquela época.
Fonte: CNN