Mais de 25 milhões de jovens não estudavam em 2017

Dos 48,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade no Brasil, mais da metade (25,2 milhões) não havia concluído o ensino superior e nem frequentava escola, curso, universidade ou qualquer outra instituição regular de ensino em 2017. São mais 330 mil pessoas em comparação a 2016. As informações são do módulo Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada hoje pelo IBGE.

 

Ter que trabalhar, estar à procura de emprego ou ter conseguido uma vaga que vai começar em breve foram as principais justificativas para a interrupção dos estudos, apontadas por 39,6% dos jovens. Desinteresse e ter que cuidar de pessoas/de afazeres domésticos foram outros motivos citados por, respectivamente, 20,1% e 11,9%.

 

Entre as mulheres nessa faixa etária, a maioria, 28,9%, também relacionou o trabalho como motivo para não estudar. Ter que realizar afazeres domésticos/cuidado de pessoas, foi apontado por 24,2% delas, mais que o dobro da média dos jovens e muito superior à taxa dos homens, com apenas 0,7%. Para eles, os principais motivos alegados para não estudar foram o trabalho, com 49,3%, e o desinteresse, com 24,2%.

 

A pesquisa também mostrou discrepância por nível de instrução. Entre os jovens que possuíam ao menos o ensino médio completo, o trabalho, com 40,6%, foi o motivo mais alegado. Entre os sem instrução ou com fundamental incompleto, o desinteresse foi maior, com 33,8%.

 

Um em cada cinco jovens não trabalhavam nem estudavam

 

Em 2017, 21,7% dos jovens de 15 a 29 anos não estudavam nem trabalhavam, um ligeiro aumento em relação a 2016, quando foi registrado 20,5%. O número foi maior entre as mulheres, cuja incidência foi de 27,1%, enquanto entre os homens, a taxa ficou em 16,4%.

 

Para a pesquisadora do IBGE Marina Águas, uma das explicações para essa diferença é o maior peso dos afazeres domésticos/cuidado de pessoas na rotina das mulheres: “o módulo Outras formas de trabalho da PNAD Contínua 2017 trouxe dados sobre ocupação ampliada, e revelou essa realidade. Isso colabora para que a incidência dessa taxa seja maior entre elas”.

 

Entre os jovens pretos e pardos, o percentual daqueles que não estudavam nem trabalhavam foi de 24,4%, enquanto que entre os brancos, a taxa ficou em 17,7%. Por faixa etária, o grupo de 18 a 24 foi o mais afetado, alcançando 28%.

 

“O aumento da taxa de desemprego observada em 2017 certamente foi o que mais colaborou para o crescimento do número de jovens que não estudavam nem trabalhavam, uma vez que no grupo daqueles que só estudavam, praticamente não houve variação em relação a 2016”, disse a pesquisadora.

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