Por Waldick Júnior
Deve ser publicado neste mês o edital para que organizações, cooperativas ou associações com cadeias produtivas sustentáveis no Amazonas recebam apoio para avançar com seus negócios. O suporte a essas entidades é um projeto do Fundo Socioambiental, ligado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Socioeconômico (BNDES), cuja implementação está a cargo do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).
O projeto está orçado em R$ 5 milhões, sendo que metade do valor (R$ 2,5 milhões) será financiado pelo BNDES. A outra parte será custeada por parceiros do Idesam. É o que explica o diretor técnico da instituição, André Vianna.
“A chamada pelo BNDES foi aberta em 2021 e tinha como critério demonstrar uma contrapartida de 50% do valor que estávamos solicitando, ou seja, o Banco entraria com metade. A gente foi aprovado, passamos o ano de 2022 em um processo de ajustes e aprovações e assinamos o contrato agora em abril”, afirma ele.
Segundo Vianna, a previsão é que o edital seja publicado ainda neste mês. Poderão se inscrever para receber apoio organizações que já tenham cadeias produtivas consolidadas e estejam localizadas em algum dos municípios assistidos pelo projeto, todos com baixo desenvolvimento econômico: Apuí, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Lábrea e Carauari.
“Essas organizações vão precisar informar com quais cadeias produtivas trabalham, se tem licenciamento, se há documentação fundiária, quais os entraves e, a partir disso, vamos fazer a seleção. O projeto também tem um caráter de expansão dos negócios, não tanto de estruturação, por isso procuramos organizações mais maduras” explica o diretor.
Serão até seis organizações selecionadas para o projeto. A ideia, conta André, é oferecer diversos tipo de suporte para que as entidades avancem com os negócios, como assistência técnica e consultorias de gestão, comercialização e apoio à venda dos produtos em feiras e por meio de conexões com possíveis compradores.
Um dos grandes destaques é o fato de que as participantes do projeto poderão aderir à marca coletiva Inatú Amazônia, criada pelo Idesam a partir de financiamento do projeto Cidades Florestais (2018 a 2022), apoiado pelo Fundo Amazônia. O logo tem a premissa de permitir um portfólio variado, utilizando a marca ‘Amazônia’ para agregar valor aos produtos. Hoje, são vendidos quatro óleos essenciais: andiroba, copaíba, café verde e breu.
“A Inatú é uma forma de apoiar com marketing esses produtos, porque é mais fácil vender um produto da Inatú do que ter que vender diferentes produtos de diferentes associações. Hoje é uma marca cooperativa, mas a gente está migrando para virar um negócio de impacto socioambiental, então esse novo projeto do Fundo Socioambiental vai ter um pouco esse objetivo”, afirma Vianna.