Por Oliver Griffin, Nelson Bocanegra e Marion Giraldo / Reuters em Bogotá e Cidade do México
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, lançaram um apelo neste sábado (8) para coordenar os esforços da região para proteger a Floresta Amazônica e impedir o desmatamento.
Os dois presidentes se reuniram na cidade colombiana de Leticia, ao final de encontro com ministros, autoridades locais e lideranças de comunidades indígenas da América do Sul com vistas à Cúpula da Amazônia que o Brasil sediará em agosto.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Lula prometeu fazer da proteção ambiental um dos pilares de seu governo, e o país estabeleceu uma meta de acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030.
“Meu governo vai zerar o desmatamento ilegal até 2030. Esse é um compromisso que os países amazônicos podem assumir juntos na Cúpula de Belém”, disse Lula, referindo-se ao encontro do próximo mês.
Brasil e Colômbia são dois dos países com maior biodiversidade do mundo, com faixas de seu continente cobertas pela Floresta Amazônica, que os cientistas dizem ser vital para conter a mudança climática catastrófica por causa das enormes quantidades de gases de efeito estufa que absorve.
Dados preliminares do governo brasileiro indicaram nesta semana que o desmatamento na Amazônia caiu 34% no primeiro semestre, atingindo o menor nível em quatro anos, na esteira de políticas ambientais mais rigorosas impostas pelo presidente Lula.
O encontro entre Lula e Petro encerrou as conversas realizadas no início desta semana em Letícia entre ministros do Meio Ambiente de países amazônicos, como a colombiana Susana Muhamad, a peruana Albina Ruiz Ríos e o venezuelano Josué Lorca, entre outros.
“Essas discussões têm a ver com a defesa da vida, e o sinal dos tempos é que a vida não pode ser defendida sem mudança”, disse Petro em cerimônia com Lula.
Petro e Lula pediram às nações ricas que contribuam com fundos para ajudar os países sul-americanos a preservar a Amazônia, que contém a maior reserva de água doce do mundo e é considerada crucial para combater os piores efeitos da mudança climática.
“A Cúpula de Belém será um momento de correção de rota”, disse Lula.
O encontro na cidade brasileira vai integrar as nações da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) na tentativa de uma ação conjunta para promover o desenvolvimento sustentável em uma região ameaçada por madeireiros, garimpeiros, traficantes de animais e narcotraficantes.
A organização foi criada em 1978 por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A Guiana Francesa, território da França, é convidada para as reuniões.