Em Manaus, 98,5% do gás natural gera energia

O gás natural,oriundo doCampo Petrolífero de Urucu, em Coari, responde hoje por até 65% da energia elétrica gerada em Manaus, atendendo 12 termelétricas, sendo oito em Manaus e quatro no interior (Anori, Anamã, Caapiranga e Codajás). Comercializado pela Companhia de Gás Natural do Amazonas (Cigás). O produto está sendo utilizado pelos setores industrial, automotivo, hidroviário, comercial e residencial de Manaus. A rede de distribuição de gás natural possui hoje 94 quilômetros de extensão, com mais 1,7 quilômetros em construção, e se faz presente no Distrito Industrial I e II, nas avenidas Constantino Nery e Torquato Tapajós, região da Ponta Negra e Vieiralves. Ainda neste ano, a Cigástem previsão de fornecer gás natural para condomínios residenciais verticais (prédios), indústrias e estabelecimentos comerciais no Conjunto Vieiralves.

 

Em fevereiro de 2018, a Cigás comercializou 3,5 milhões de m³/dia, um aumento de 3% quando comparado com o mês anterior. Desse total foram destinados 3,4 milhões de m³/dia ao segmento termoelétrico e 111,32 mil m³/dia ao segmento não-termelétrico (indústrias, comércios e postos), maior média de venda registrada neste segmento desde o início das operações comerciais, em 2010.De acordo com o diretor técnico e comercial da Cigás, Clovis Correia Junior,além das 12 termelétricas, são atendidas com gás natural 35 indústrias, 20 pontos comerciais e cinco postos de combustível, um na Av. Coronel Teixeira, dois na Av. Constantino Nery e dois na Av. Torquato Tapajós.

 

No total, a companhia fornece gás natural para 72 clientes. Além das termelétricas e produtores independentes de energia, atende as principais indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM): Ambev, Bike Norte, Caloi, Carboman, Ceras Johnson, Climazon, Coca-Cola, Corprint, Daido, Daikin, DDW, Eternit, Fitas Flax, FCC, Innova , Klabin, Keihin, Metalfino, Metalsete, Moto Honda, Neotec, Novamed, NissinBrake, Procoating, Ripasa, Saint-Gobain, Samsung, Sato, Showa, Sodécia, Universal, Yamaha e 3M. No segmento comercial, três restaurantes no Conjunto Vieiralves (Coliseu Pizzaria, Restaurante Maná e Delivery Pizza Hut), dois hotéis, duas lavanderias e 13 restaurantes do Shopping Ponta Negra (Cachaçaria do Dedé, Coco Bambu, Capital SteakHouse, Belle Époque, Empada Brasil, Alambique Restaurante, Giraffas, Bella Mineira, Risotto Mix, Villa Verde, Congresso da Pizza, Picanha Mania e Tokai Express).

 

Distrito Industrial tem 40% do gasoduto na cidade

 

Com relação ao Distrito Industrial I e II, o gás natural está presente em 32,6 quilômetros da rede implantada na região do Distrito I e 5,4 quilômetros no Distrito II, os quais, somados, correspondem a 40% do total do gasoduto em Manaus. No Distrito II, a rede parte da rotatória do Armando Mendes até a indústria Kablin. Nesse caminho, em derivação à rua Palmeira do Miriti, a Cigás trabalha desde janeiro deste ano na expansão da rede em mais 1,7 quilômetros para atender à indústria Philco. A previsão de término das obras era para o fim de março. O plano de investimentos da Cigás para 2018 prevê o atendimento de mais 12 indústrias nesta região do Distrito, o que representa um crescimento de 34% neste segmento. “As obras da companhia são realizadas através do método não destrutivo, preservando assim a via e causando o menor transtorno possível”, disse Clovis Correia.

 

A partir do gás natural pode-se gerar energia elétrica, água gelada para climatização de ambientes, água quente para processos, vapor e CO2. De acordo com a companhia, a utilização de gás no setor industrial pode ocasionar uma economia de até 40% em relação aos demais combustíveis.

 

O gás que chega aos mais de 70 clientes locais é oriundo de Urucu. São 663 quilômetros de gasoduto de transporte com passagem e abastecimento termoelétrico nos municípios de Caapiranga, Anori, Anamã e Codajás. Antes de chegar a Manaus, o combustível passa também pelos municípios de Iranduba e Manacapuru.

 

 

A adoção de novas fontes energéticas é vista com bons olhos pelos representantes da indústria do PIM. Na avaliação do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, quanto mais opções forem oferecidas ao mercado consumidor é uma garantia a mais ao sistema energético. O dirigente aponta que o gás tem sido uma alternativa para as indústrias, mas admite que ninguém abdica da energia elétrica porque o gás natural é utilizado mais para movimentar a linha de produção. Ele informou que muitas fábricas estão optando pelo uso misto, isso faz com que os empresários se sintam mais seguros, tendo mais esta alternativa. “De vez em quando as empresas do Distrito são surpreendidas pela falta de energia em pleno horário de funcionamento fabril, e nessas horas quem estiver utilizando o gás é mais seguro, principalmente se os tanques estiverem abastecidos, um sinal de que a linha de produção não vai parar”, sintetizou.

 

Os defensores do gás natural apontam se tratar de um produto multiuso e representa economia de até 40% em relação aos demais combustíveis. Por ter uma queima limpa, o combustível não emite partículase também reduz significativamente as paradas para limpeza, o que representa ganhos de operação e manutenção. Tudo isso sem contar os ganhos de qualidade: devido à composição química, o gás natural alcança curvas de temperatura ideais e garante elevados padrões de qualidade, proporcionando mais competitividade ao produto final.

 

Demanda satisfatória

 Conforme informações da Eletrobrás Amazonas Energia, o parque energético amazonense possui 106 usinas termelétricas, das quais 93 operam com combustível líquido e 13 com combustível gasoso oriundo do Campo Petrolífero de Urucu.A direção da companhia aponta que a opção por utilizar gás natural em apenas 13 usinas termelétricas é decorrente da possibilidade de só utilizar esse tipo de combustível ao longo das localidades onde o gasoduto transpassa em direção a seu destino final, a cidade de Manaus. De acordo com o dirigente do Departamento de Mercado e Compra de Energia (DCE), Bruno Tupinambá Dias, não seria vantajoso e tampouco viável financeiramente ramificar o referido gasoduto para todas as outras 93 localidades. Nesse sentido, as usinas que operam com gás natural estão distribuídas nas seguintes localidades: Anamã, Anori, Codajá, Caapiranga, Coari (em fase de implantação) e Manaus. (…)

 

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Por Margarida Galvão

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