O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, disse, nesta sexta-feira (28), que o Mercosul é a resposta e não o problema em relação ao acordo com a União Europeia (UE) e nas ações contra as mudanças climáticas.
A UE e o Mercosul concluíram as negociações em 2019, mas o acordo está suspenso devido a preocupações com o desmatamento da Amazônia e o compromisso do Brasil com a ação contra as mudanças climáticas.
“Temos que ser muito realistas que nós temos que sair a defender um modelo de desenvolvimento dos países do Mercosul. Porque hoje o mundo inteiro fala sobre a luta contra as mudanças climáticas. Nós também falamos sobre e queremos lutar. Porém, hoje somos a resposta, não somos o problema”, afirmou Peña.
“O problema não está no Mercosul, o problema está nos países mais desenvolvidos e industrializados. Então, acho que a posição do Brasil é a mesma do Paraguai: não reabrir a negociação. Temos que avançar. Se não conquistamos o acordo nos próximos meses, temos que mudar para outros acordos”, prosseguiu.
Para Peña, a presidência temporária do Brasil no Mercosul pode ser uma grande oportunidade para os países sul-americanos avançarem em uma agenda de mais integração.
“Mas não acredito que temos uma opção fora do Mercosul. Não temos. O Mercosul é a nossa plataforma. E a realidade hoje no mundo inteiro é que os acordos são sempre bloco a bloco. O Paraguai é um país pequeno, o Paraguai depende do mercado externo, e a nossa relação dentro do Mercosul é essencial para esse maior desenvolvimento. O mesmo ocorre com a negociação com a União Europeia, que tem mais de 20 anos”, explicou.
O líder paraguaio explica que seu país tentou avançar na negociação com a União Europeia em 2016, mas não foi possível prosseguir. Em sua opinião, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “tem a capacidade política e uma ambição de liderança global para avançar nesse processo”.
Após a Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia que aconteceu na última semana, o chefe do Executivo brasileiro declarou que enviará uma contraproposta do acordo nas próximas duas ou três semanas.
Segundo Lula, o Brasil elaborou uma resposta que agora está sendo discutida pelo bloco sul-americano.
“Em duas ou três semanas, entregaremos a proposta definitiva à União Europeia”, disse Lula em 19 de julho, acrescentando que acredita que a UE “facilmente” concordará com o novo texto.
Fonte: CNN