A Confederação Nacional da Indústria divulgou recentemente o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 com propostas do que precisa ser discutido nas eleições deste ano, apontando quais ações o setor industrial considera prioritárias para o próximo governo.
O estudo analisa desafios e deficiências em 11 fatores-chave da competitividade da economia, como tributação, infraestrutura, educação, governança pública e segurança jurídica. Além disso, traça 60 objetivos, com seus respectivos indicadores e as medidas para que sejam alcançados nos próximos cinco anos. Um dos pontos destacados é a perda de competitividade da economia brasileira ocorrida nos últimos anos.
O corte de gastos resolve parte da equação. Com a dívida pública sob controle, reduz-se a pressão por aumento de impostos e cria-se espaço para a queda dos juros. Mas, para solucionar o problema do desequilíbrio fiscal de vez, é preciso ter uma agenda de melhora do gasto público. No mesmo trabalho do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ficou na 133ª posição – entre 137 países avaliados – em eficiência do gasto público, muito inferior à sua posição (80ª) na média de todos os fatores. Estudo recente do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre cultura voltada a resultados em órgãos da administração federal mostrou que 73% deles estão em estágio inicial na implementação de boas práticas e governança.
Pesquisa da CNI realizada em 2016 constatou que 90% dos brasileiros acham que os serviços públicos deveriam ser melhores, considerando o valor dos impostos pagos, e 81% acreditam que o governo já arrecada muito e que não é preciso elevar tributos para melhorar os sistemas de saúde, de educação e de segurança pública. A falta de clareza sobre que caminho seguir afeta também empresas, principalmente no que diz respeito a quais regras devem cumprir e, em muitos casos, qual será a interpretação de agentes públicos na fiscalização de obrigações e deveres. Isso tem se tornado um fator de grande desestímulo ao empreendedorismo e ao investimento.
As propostas apresentadas pelo Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 traçam caminhos efetivos para recuperar o vigor do país e estabelecer bases mais sólidas para a retomada do desenvolvimento econômico e social. Segundo especialistas que elaboraram o documento, se as medidas indicadas forem adotadas ao longo do próximo governo, o Brasil terá condições de crescer 4% ao ano, patamar que levará a renda per capita a dobrar em 2040 para $ 30 mil dólares ao ano, começando a cumprir a promessa de ser o país do futuro.