Através de artigo publicado nessa terça-feira, o presidente do CIEAM, Wilson Périco, denunciou a campanha orquestrada pela imprensa paulista contra a Zona Franca de Manaus. “A quem favorece essa campanha sórdida e incessante contra a ZFM, onde o Amazonas aparece, mais uma vez, como a causa principal do desastre fiscal em que a má gestão federal enfiou o país.” Não somos. Muito pelo contrário. Fosse aqui aplicada a riqueza que aqui geramos, em vez de causa seríamos fonte de soluções para uma economia pujante e sustentável, diz o líder empresarial. E os ataques são combinados, desta vez com a coordenação do gestor fiscal maior da República. Mentiras repetidas à exaustão. Com a validação de Oxford, uma das mais respeitáveis academias do planeta, uma calunia levada ao extremo da repetição acaba virando pós-verdade para o contribuinte que no conhece a realidade que a boataria esconde.
Falta alinhamento local
Sem deixar de responder, cabe na tribo uma discussão, primeiramente, interna. Temos que mapear, direitinho, quem está pagando está conta da maledicência. Ou quem está querendo o que para seguir, impunemente, espalhando o caos e a mentira. Além disso, e de modo mais urgente, precisamos alinhar a conversa. Temos, aí no cotidiano, um completo alheamento coletivo dessa discussão. Ou não há acordo sobre o papel dessa contrapartida fiscal de 8% da renúncia de impostos do país, na geração de mais de 80% de nossa economia? Ou acreditamos que esses ataques estão amparados em algum dado de realidade? Essa enuncia é desperdício como afirma em manchete um jornal que tem requentado matéria por falta de amparo à suas propostas de parceria com este modelo de “desperdício fiscal”?
Por que não acionar a justiça?
O que fazer com essa desinformação perversa e mal-intencionada de teclados alugados a serviço sabe-se de quem. Quem cala consente ou temos que recorrer à justiça para pedir explicações sobre a injúria e cobrar o dano moral que a difamação provoca? Quem, de bom senso, vai investir numa modelagem fiscal tão difamada? Denigrem a reputação da economia do Amazonas, como se aqui atuassem os responsáveis pelos ataques destruidores do erário. E isso não podemos aceitar. Alguns veículos, ameaçados pela velocidade e liberdade da informação, passam a vender suas editorias no leilão sinistro de quem dar mais para protelação de sua sobrevivência. Dessa vez fomos tratados como desperdício, ou como modelagem fiscal que engatinha há 50 anos. Mentiras seguidas de mentiras…, como disse o presidente Wilson Périco.
Narcisismo bandeirante
De toda renúncia fiscal do Brasil utilizamos apenas 8% da contrapartida fiscal aproveitados por Acre, Amazonas, Amá-la, Rondônia e Roraima. Eles, do Sudeste, utilizam mais de 50% da renúncia e não prestam contas. E a imprensa faz questão de omitir-se a respeito. Trata-se de um narcisismo imperial, não apenas na relação com Norte e Nordeste, tratados como brasileiros de segunda linha, mas contra tudo que não é espelho dessa vaidade sem propósito. Uma visão tosca que impede que se discuta o sentido da brasilidade em todas as suas configurações e ganhos para o país. O Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ha 5 anos, tem buscado às redações de jornais, rádios e TVs para compreender o significado desta atitude preconceituosa em relação ao nosso Estado. Somos, na verdade, um Estado que, há 100 anos, migrou suas receitas da Borracha para os negócios do café quando a inépcia federal jogou na mão dos ingleses os negócios promissores da seringueira. Chegou a hora de parar, sentar e decidir o que fazer…
================================================================================
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]