Por Lucila Sigal/Reuters
O governo da Argentina disse nesta quinta-feira (17) que o Fundo Monetário Internacional (FMI) originalmente queria uma desvalorização de “100%” do peso do país, antes de os dois lados concordarem com uma correção de 18% feita nesta semana.
Os comentários, feitos por uma porta-voz do governo após declarações semelhantes do ministro da Economia do país, Sergio Massa, ressaltam a crescente pressão sobre o peso argentino, que foi desvalorizado e cotado a 350 por dólar na segunda-feira, embora seja negociado perto de 800 em mercados paralelos.
O FMI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Durante negociações para acelerar os pagamentos do programa de US$ 44 bilhões do FMI com o país, houve pressão para permitir que a taxa de câmbio oficial caísse em linha com as taxas paralelas, vistas como um reflexo mais verdadeiro do valor da moeda.
Isso seria uma desvalorização de 50%, mas significaria que o custo do dólar dobraria ou aumentaria 100%.
“Finalmente, o acordo que alcançamos, o que significa que na próxima semana teremos quase US$ 8 bilhões em desembolsos, fechou perto de 20%”, disse Massa, também candidato à presidência pela coalizão governista peronista, na quarta-feira.
A diretoria do Fundo deve se reunir na próxima semana para ratificar as últimas revisões do programa de empréstimos da Argentina, o que liberaria desembolsos de que o país precisa urgentemente para cumprir suas obrigações, com as reservas líquidas em moeda estrangeira vistas em território negativo.
A porta-voz presidencial Gabriela Cerruti disse que o governo anunciará nesta quinta-feira acordos de preços com foco na inflação, atualmente acima de 113%, que oferecerão benefícios fiscais às empresas que se inscreverem e, nos próximos dias, um pacote de medidas de alívio para trabalhadores informais, aposentados e pobres.