Da Redação, com informações do G1, Gov. AP e Ag. Marinha de Notícias
Nos próximos dias, 48 agentes da Força Nacional de Segurança desembarcam no Amapá com a missão de unir esforços com as equipes que atuam no combate aos incêndios florestais no estado.
Até o momento, os maiores incêndios são vistos na Região dos Lagos, no Leste, e em áreas do Centro. Só a Reserva Biológica do Lago Piratuba concentra três grandes incêndios. A área protegida, que tem um total de 392.474 hectares, teve 8 mil hectares de vegetação consumidos pelas chamas.
A reserva está localizada nos municípios que Amapá e Tartarugalzinho, que estão em situação de emergência por conta da estiagem. Os municípios com situação crítica são: Macapá, Mazagão, Santana, Itaubal, Cutias, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho e Amapá.
Na última sexta-feira, 23, o governo do Estado recomendou que moradores que se encaixam nos grupos prioritários, em sete municípios mais afetados pelos incêndios, usem máscaras com filtro N95 por conta da fumaça das queimadas.
Além dos agentes, Serão enviados também equipamentos como picapes de combate a incêndios, motobombas, sopradores para contenção na linha de frente e mochilas para o resfriamento de áreas já combatidas e para apagar pequenos focos.
O apoio da Força Nacional atendeu a um pedido do governador do Amapá, Clécio Luís, ao ministério da Justiça e Segurança Pública. “Teremos apoio de homens, de viaturas, de equipamento, de logística, para enfrentarmos os incêndios e a pior qualidade do ar já identificada no Amapá, que geram consequências na agricultura, na piscicultura, na pesca, mas principalmente na saúde das pessoas”, ressaltou Clécio Luís.
“A determinação do ministro Flávio Dino é atender imediatamente a solicitação do governador nesse momento delicado de queimadas, para a preservação do bioma, da floresta amazônica e da qualidade do ar que é ameaçada com a fumaça que aflige a população. Já começamos a mobilização, com a Força Nacional, que é uma força integrada por homens cedidos pelos estados numa cooperação federativa”, afirmou o secretário executivo do Ministério de Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, após reunião na sede do órgão em Brasília, na sexta-feira, 24.
Marinha reforça operação de combate a incêndio em reserva biológica
Desde 11 de novembro, militares da Marinha do Brasil (MB) atuam no combate a um incêndio subterrâneo que atinge a Reserva Biológica do Lago Piratuba, no leste do Amapá. Mais de 27 mil hectares de floresta já foram queimados, dos quais 8 mil estão na Reserva. A frente de trabalho está concentrada na porção sudoeste da unidade de conservação.
A Reserva do Piratuba possui 392.474,85 hectares, distribuídos entre os municípios de Amapá e Tartarugalzinho. Por ser subterrâneo, o incêndio de turfa (como é chamada a queima da matéria orgânica acumulada no solo, a profundidades que variam entre 40 cm e 1,5m) é um dos mais complexos a serem combatidos.
Os militares da MB atuam em conjunto com integrantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). O trabalho soma mais de 60 horas de voo, em missões de transporte de cargas e brigadistas, além de lançamento de água nos focos.
O combate é realizado de forma indireta, quando brigadistas cavam trincheiras para interromper o combustível do fogo e, de forma direta, por meio de sopradores, abafadores e lançamentos de água com helicóptero para conter o fogo superficial, que se alastra de forma rápida.
“Devido à grande extensão e à natureza do fogo, há uma quantidade enorme de fumaça na atmosfera, impedindo o voo visual. O terreno é macio e não sustenta o peso da aeronave, sendo necessário o embarque e desembarque de pessoas e carga com a aeronave em potência de voo”, explica o Capitão de Corveta André Medina, comandante da operação.
Segundo a Marinha, o ICMBio identificou que o incêndio teve início em uma fazenda no entorno imediato da Reserva Lago Piratuba. O órgão realiza investigações para identificar os autores.
Operação Cabo Orange – Também neste mês de novembro, a operação Cabo Orange, com brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Corpo de Bombeiros do Amapá, empenhou esforços para combater os focos no Parque Nacional do Cabo Orange. O trabalho, que conta com auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB), segue na região até o início de dezembro.