Por Ana Danin, PIM Amazônia
Dados divulgados esta semana pelo Ministério do Turismo (MTur) revelam que a região Norte, onde localiza-se a maior parte da Amazônia, está nos planos de viagem para o verão de apenas 5% dos brasileiros. Para o MTur, considera-se verão o período entre dezembro de 2023 e março de 2024.
A pesquisa, inédita, mostrou que um em cada três brasileiros ouvidos deve viajar no verão. E, para 97% dos entrevistados, o destino será no Brasil. Porém, mesmo ao incluir Mato Grosso e Maranhão, únicos estados da Amazônia Legal que não estão no Norte do país, o resultado revela um baixo interesse: embora seis estados tenham sido citados, eles aparecem sem grandes destaques, com o Maranhão na 10ª colocação, com 4% do interesse, seguido pelo Pará, 16ª colocado, com 2%, e logo depois por Amapá, Roraima, Mato Grosso e Amazonas, cada um com 1% de interesse.
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A pesquisa sobre as tendências de turismo para 2024 foi realizada pelo MTur em parceria com o Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI). A reportagem da PIM fez um recorte da região Norte e da Amazônia Legal em sua totalidade e a análise desses dados confirma os desafios da Amazônia como destino turístico, assunto antecipado pela PIM Amazônia em reportagem especial publicada no último dia 16.
Maranhão, no Nordeste, é o único da Amazônia na lista dos planos para 2024
Na pesquisa do MTur, divulgada em 22 de janeiro, ao analisar o interesse de viagem para todo o ano de 2024, embora a opção “sol e praia” lidere a lista das atrações preferidas dos turistas nacionais, com 59% da preferência, seguidos por “natureza e ecoturismo”, com 27% – que são grandes atrativos da região amazônica-, dos 43% dos brasileiros que manifestaram a vontade de viajar este ano, 15% revelaram o desejo de ir a São Paulo e ao Rio de Janeiro. Depois, aparece a Bahia, com 11% das intenções, seguida por Ceará (9%), Santa Catarina e Pernambuco (ambos com 7%).
Nesta análise ampliada para o ano de 2024, dos estados da Amazônia Legal, apenas o Maranhão aparece entre os 15 estados que lideram os planos de viagens nacionais a lazer.
Ao analisar as regiões preferidas, o interesse pela região Norte tem um leve aumento, registrando 7%. A região Nordeste lidera, sendo apontada por 48% de pessoas que pretendem conhecer o Brasil em 2024, seguido por Sudeste (38%) e Sul (16%). A única região como menor interesse que o Norte é a Centro-Oeste (6%).
Destinos de quatro estados da região entre os de maior interesse
Embora a maior parte da região não esteja nos planos de viagem para 2024, no recorte envolvendo os destinos turísticos que despertam maior interesse nos brasileiros a região amazônica tem um melhor desempenho, com destinos de quatro estados entre os mais mencionados. São eles: Lençóis maranhenses (MA), na 4ª posição; Ilha do Marajó e Alter do Chão (PA), na 10ª e 15ª colocação, respectivamente; Manaus (AM), em 12º lugar, Jalapão (TO), em 13º; e Monte Roraima (RR), na 14ª posição.
A lista dos destinos que despertam maior interesse é liderada por Salvador (BA), seguida por Fernando de Noronha (PE) e Rio de Janeiro (RJ).
Ao ser procurado pela PIM Amazônia ainda para compor a reportagem especial, divulgada em 16 de janeiro, o MTur não forneceu os dados específicos sobre a Amazônia, limitando-se a informar que, em novembro de 2023, o Brasil, como um todo, registrou a entrada de 504.395 visitantes do exterior, crescimento de 7% em relação a 2022.
“Ainda estamos fechando os dados referentes ao ano de 2023, mas as perspectivas são as melhores possíveis”, apontou o MTur, em resposta à reportagem.
Na pesquisa divulgada esta semana, também não há nenhum recorte específico sobre a região, que em 2025 receberá, em Belém (PA), um dos mais importantes eventos do mundo: a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças de Clima (COP-30).
Sobre a pesquisa – As entrevistas do levantamento “Tendências de Turismo” foram realizadas pelo Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), entre 07 e 11 de dezembro de 2023. Segundo as informações divulgadas pelo MTur, a pesquisa realizou 2.029 entrevistas domiciliares com cidadãos a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação. A margem de erro no total da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. O levantamento traz recortes com quotas de sexo, idade, região, escolaridade e renda.
