Da Redação
Uma equipe da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa) recebeu, na manhã de quarta-feira, 6, a Comitiva Precursora da “Rota da Seda Marítima na Amazônia”, composta por representantes da Universidade de Hohai (Hohai University) e da empresa chinesa Zhuhai Sino-Lac Supply Chain.
A Comitiva chinesa tem como um de seus objetivos estabelecer parcerias comerciais, realizar intercâmbios de conhecimentos, possíveis colaborações e fortalecer as relações sino-brasileiras.
Durante o encontro, um dos temas abordados foi a possibilidade de parcerias para impulsionar pesquisas na área de bioeconomia. “Existe uma possibilidade muito grande (de parceria), pois a China tem uma tradição e um know-how técnico muito grande em várias áreas como a de fármacos, de bioinsumos, na área de piscicultura, aquicultura. Então, são todas possibilidades de parcerias que nós vamos explorar no futuro e quem sabe trazer mais recursos para a nossa instituição de pesquisa, de ciência e tecnologia”, destacou o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
A comitiva chinesa também apresentou as possibilidades de parcerias, entre elas um projeto de processamento de biofertilizantes, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
“Ficamos muito felizes com esta reunião, porque através deste encontro pudemos saber que há muitas potencialidades na cooperação, aspectos da tecnologia entre a China e o Brasil, esse é o primeiro ponto. E o segundo ponto é saber que a nossa cooperação não precisa ser somente na área da ciência, mas também temos outras áreas de pesquisa para a nossa cooperação. Entendemos que o Brasil precisa de mais cooperação em tecnologia, e da nossa parte podemos oferecer tecnologia em áreas de pesquisa e esperamos que as parcerias possam ser muito boas para a nossa cooperação”, avaliou Chen Lihua, professor da Hohai University e chefe da comitiva.
Intercâmbio – Prestes a completar 50 anos de relações institucionais entre Pará e China, em agosto de 2024, o encontro fortalece essa aproximação e desenha possíveis novas e promissoras parcerias institucionais e comerciais para ambos os países.
Essa relação com os chineses teve início em 2017, com profissionais da Codec e a Zhuhai Sino-Lac Supply Chain Co. Ltd, buscando fortalecer as relações comerciais entre os mercados chinês e o paraense. A Sino-Lac tem interesse em ampliar sua atuação na América Latina por meio de negócios, informações e cooperação de mercado, proporcionando ao Pará um corredor logístico para exportação.
O presidente da Fapespa explica que essa parceria é interessante para o estado do Pará, pois os chineses têm um know-how técnico muito grande em muitas áreas do conhecimento científico. “São mais de duas mil universidades, todas elas de ponta, reconhecidas mundialmente. E fazer essa parceria certamente vai trazer uma alavancagem muito grande para as nossas próprias instituições. Não só na formação de profissionais altamente qualificados, mas também na estruturação dos nossos equipamentos de pesquisa aqui no Pará”.
Mato Grosso discute construção de indústria química com investidores chineses
Além do Pará, o governo do Mato Grosso também recebeu nesta semana outros visitantes da China. Lá, os dois investidores chineses discutiram as demandas para a construção de uma indústria química na região. Em reunião na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, os executivos da empresa Anhui Guangxin Agrochemical CO discutiram potenciais incentivos fiscais, oferta de mão de obra e infraestrutura necessária para o investimento de cerca de 100 milhões de dólares no país.
O gerente do departamento de vendas Juny Yang e o gerente geral Frank Chang apontaram que, para a construção da indústria em Mato Grosso, é necessário ter água, meios de transporte, energia e gás natural. Além disso, a empresa será sediada numa área de 200 hectares, sendo 80 hectares para armazenagem e outros 120 hectares para produção e área para organização.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, afirmou que Mato Grosso atende todas as necessidades da indústria chinesa. Ele explicou que o gasoduto em Mato Grosso vem da Bolívia até Cuiabá, com ramal para a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Cáceres. Além disso, citou que o Estado é autossuficiente em energia elétrica, sendo exportador, que as indústrias locais utilizam biomassa para aquecer suas caldeiras, não mais carvão, e que o Estado tem muita água.
“Mato Grosso tem uma posição privilegiada na América do Sul. Instalados aqui, eles terão logística para atender Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Pará e Tocantins, que são estados da grande fronteira agrícola brasileira, e que são os clientes da indústria. Por ser o maior produtor agropecuário do país, Mato Grosso também será um dos principais clientes”, finalizou o secretário.
A visita dos executivos chineses também incluiu encontros com autoridades municipais de Nova Mutum e Rondonópolis, municípios que demonstraram interesse na possível implantação da indústria na região.
*Com informações da FAPESPA e Sedec-MT