O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) celebra, nesta terça-feira, 16, 17 anos de existência. Com a missão de preservar a diversidade biológica da região amazônica, o órgão ambiental do Governo do Pará tem sido um protagonista na conservação de florestas públicas, na atividade do manejo sustentável de recursos naturais e na recuperação de áreas degradadas.
Ao longo de sua história, o Ideflor-Bio se destacou na elaboração de estudos, consultas públicas e minutas que nortearam a criação das Unidades de Conservação (UCs) no Pará. Essas áreas protegidas representam ecossistemas terrestres, aquáticos e mistos, abrigando a rica biodiversidade da Amazônia em território paraense.
“É com grande satisfação que celebramos os 17 anos de existência do Ideflor-Bio. Ao longo desses anos, enfrentamos desafios e conquistamos vitórias, sempre pautados pela ética, transparência e compromisso com a sustentabilidade. Nossa missão de preservar e valorizar o patrimônio ambiental do estado continua mais forte do que nunca, e estamos empenhados em construir um futuro melhor para as gerações presentes e futuras”, enfatizou o presidente do Instituto, Nilson Pinto.
Atualmente, o órgão é responsável pela gestão de 28 UCs estaduais, totalizando cerca de 21 milhões de hectares. Essa extensão corresponde a mais de 16% do território do Pará e é maior do que muitos estados brasileiros e até países. Dentre estas UCs, 12 possuem categoria de Proteção Integral, somando mais de 5 milhões de hectares, equivalente ao tamanho do estado do Rio de Janeiro.
A Estação Ecológica do Grão-Pará é uma delas e se destaca como uma das maiores UCs de Proteção Integral do mundo, abrangendo 4.245.819,11 hectares e fazendo fronteira com a Reserva Biológica (Rebio) Maicuru e Terras Indígenas na Calha Norte do Pará.
Protagonismo – Desde 2023 até o momento, o Ideflor-Bio tem adotado medidas inovadoras, como a criação da Política e Sistema Estadual de Unidades de Conservação, em conjunto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a qual estabelece diretrizes para a criação de novas áreas protegidas no Pará.
Essa legislação traz consigo duas novas categorias de Unidades de Conservação (UCs) inéditas no Brasil: os Bosques Municipais e os Rios de Proteção Especial. A primeira delas, devido ao seu baixo custo de manutenção e facilidade de implantação, tem tudo para se tornar uma opção favorita nas áreas urbanas. Esse modelo será de extrema importância para fomentar a proteção da biodiversidade local e ampliar os espaços verdes nos municípios.
Outra medida adotada pelo Instituto foi a renovação do Termo de Colaboração entre o Ideflor-Bio e a Fundação Lymington, para começar a 3ª etapa do Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém. Em oito anos de trabalho, o projeto já possibilitou o retorno de 58 desses pássaros à natureza.
Com a renovação do acordo, a iniciativa ganha fôlego por mais dois anos e a expectativa é que até o próximo ano, em 2025, quando Belém sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, outras 50 ararajubas sejam devolvidas aos céus da região com o incentivo do Estado, por meio do Ideflor-Bio e a parceria da Fundação Lymington.
Por último, mas não menos importante, também foi celebrado um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Ideflor-Bio e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) para a criação de novas UCs no Pará. Inicialmente, foram viabilizados recursos na ordem de R$ 3 milhões através da Andes Amazon Fund para dar apoio à criação, recategorização e implementação de UCs no Pará.
A primeira delas prevista é a recategorização de 500 mil hectares da Floresta Estadual (Flota) do Paru, no município de Almeirim, região oeste paraense que, atualmente, é uma UC de Uso Sustentável e será elevada à categoria de Proteção Integral.
É nessa localidade que foi identificada em 2016 a maior árvore da América do Sul e a quarta maior do mundo que, de acordo com especialistas, possui de 400 a 600 anos. O vegetal, um angelim-vermelho (Dinizia excelsa) de 88,5 metros de altura e 3,15 metros de diâmetro foi descoberto no território paraense. Além dessa, estima-se que haja outras 35 árvores acima de 80 metros, distribuídas pelos estados do Pará e Amapá.
Fonte: Agência Pará