Manaus apresentou maior alta de preços na cesta básica

Em junho, valor médio da cesta básica subiu em cinco das oito cidades pesquisadas

O preço médio da cesta de consumo básica de alimentos de junho/24 aumentou em relação ao mês anterior em cinco das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE.

As cidades que registraram as maiores altas foram Manaus e Curitiba, com variação de 5,3% e 4,7%, respectivamente. Já o Rio de Janeiro e Salvador foram as cidades em que apresentaram os maiores recuos nos valores da cesta, de -4,8% e -2,7%, respectivamente.

Considerando a retração apresentada em junho, a cesta de consumo básica mais cara continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 981,61), seguida por São Paulo (R$ 946,26) e Curitiba (R$ 823,66). Em contrapartida, Belo Horizonte (R$ 654,03), Manaus (R$ 715,88), e Salvador (R$ 757,62) foram as cidades identificadas com os menores custos de aquisição.

Tabela 1 – Valores da Cesta de Consumo básica por capital em junho/24

Cesta Básica
CapitalValor Médio Mai/24 (R$)Valor Médio Jun/24(R$)Variação
Manaus679,59715,885,3%
Curitiba786,66823,664,7%
São Paulo917,87946,263,1%
Belo Horizonte639,97654,032,2%
Fortaleza819,78822,150,3%
Brasília802,71795,98-0,8%
Salvador778,49757,62-2,7%
Rio de Janeiro1031,39981,61-4,8%

Dos 18 gêneros alimentícios da cesta básica, leite UHT, Café em Pó e em Grãos, Arroz e Frango registraram aumento nos preços em todas oito capitais abrangidas pela pesquisa.

A alta do preço do leite deve-se à redução na produção no campo, que resulta em aumento de preço para o consumidor, refletindo, consequentemente, em toda a cadeia de derivados, como é o caso da manteiga.

O preço do arroz manteve tendência de alta, em função, principalmente, das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que geraram problema no abastecimento, devido a dificuldades no escoamento da produção, apesar de grande parte da safra já ter sido colhida.

As variações climáticas, ao longo de 2023, ainda geram reflexos na colheita, gerando problemas de rendimento, em especial para os grãos que necessitam de tempo entre o desenvolvimento e a colheita, como o café, refletindo em aumentos no preço final no varejo.

Além disso, a atual redução da oferta internacional desses grãos, aliada à alta do dólar, estimula a exportação, se tornando mais atrativo para o produtor interno vender para o mercado internacional, o que reduz ainda mais a oferta para o varejo brasileiro.

Ainda assim, alguns produtos apresentaram queda de preço em algumas capitais, como feijão, pão e carne suína, assim como outros listados na tabela abaixo:

A variação acumulada dos últimos seis meses no valor da cesta básica subiu em sete das oito capitais, com aumentos que variam de 2,9% a 13,6%. A variação mais significativa é a de Curitiba, com crescimento de 13,6% no período, enquanto a redução no valor da cesta ocorreu em Belo Horizonte, com -1,1%

Tabela 2  – Valores da cesta de consumo básica (R$) e variação (%) acumulada nos últimos 6 meses

Capitaljan/24(R$)fev/24(R$)mar/24(R$)abr/24(R$)mai/24(R$)jun/24(R$)Variação6 meses
Curitiba725,21769,90792,14778,95786,66823,6613,6%
São Paulo844,39908,85894,52885,39917,87946,2612,1%
Fortaleza756,68785,16808,79802,20819,78822,158,7%
Manaus679,39707,13702,68697,93679,59715,885,4%
Brasília765,49820,67838,57827,79802,71795,984,0%
Rio de Janeiro945,511010,371004,10968,891031,39981,613,8%
Salvador735,92767,11793,75792,37778,49757,622,9%
Belo Horizonte661,30679,96683,68670,44639,97654,03-1,1%

Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve aumento no valor médio em cinco das oito capitais analisadas, variando entre 2,8% e 6,1%, enquanto três capitais registraram estabilidade, com variações entre -0,3% e 0,1%. As cidades que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada continuam a ser o Rio de Janeiro (R$ 2.283,45) e São Paulo (R$ 2.138,63).

Manaus e Belo Horizonte tiveram os menores valores da cesta ampliada, com R$ 1.502,89 e R$ 1.637,53 respectivamente.

O comportamento da cesta de consumo ampliada seguiu a tendência da cesta básica, sugerindo que o movimento nos preços afetou não somente os alimentos básicos, mas demais produtos frequentemente presentes nos carrinhos de compras do consumidor.

O aumento no valor da cesta básica na maioria das capitais, em junho, é reflexo das adversidades climáticas que afetaram estados que são grandes produtores de legumes e grãos importantes na alimentação, afetando, especialmente, os consumidores de mais baixa renda, que gastam a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.

 Sobre a Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE

A HORUS Inteligência de Mercado, marca do ecossistema Neogrid e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas – FGV IBRE se uniram para lançar a plataforma Cesta de Consumo. O serviço monitora a variação de preço de duas cestas de consumo típicas brasileiras pela análise da leitura mensal de mais de 35 milhões de notas fiscais: a Cesta de Consumo Básica, que conta com 22 alimentos básicos com maior presença nas compras do shopper, e a Cesta de Consumo Ampliada, contendo mais de 50 produtos de consumo, incluindo bebidas e itens de limpeza, higiene e beleza.

A plataforma, que pode ser acessada no link https://cestaconsumo.ehorus.com.br/ monitora a variação e o comportamento dos preços nas oito maiores capitais brasileiras em população – Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, e os produtos e quantidades analisados variam conforme os hábitos de consumo locais.

Fonte: Assessoria de comunicação

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