A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 86,7 pontos em outubro de 2018, registrando queda de 0,3% em relação ao mês passado, após duas altas consecutivas. Já na comparação anual, o aumento foi de 11,3%.
O estudo mostra que, dos sete componentes do ICF, quatro subindicadores apresentaram-se negativos na comparação mensal, com destaque para Momento para Duráveis (-3,3%) e Perspectiva de Consumo (-1,2%). O subíndice Renda Atual foi o que mais subiu (+1,0%), enquanto Nível de Consumo Atual (+0,3%) e Emprego Atual (+0,1%) cresceram moderadamente.
Segundo o economista da CNC Antonio Everton, as famílias têm se mostrado reticentes com relação às intenções de consumo. “A lenta recuperação do mercado de trabalho, o comportamento dos juros, o elevado endividamento, a alta do dólar, os reajustes das tarifas e, principalmente, a indefinição quanto ao rumo da economia em 2019, influenciaram a decisão de compra”, pontua.
A pesquisa também aponta que o nível de consumo melhorou em relação a 2017, o que pode ser um sinal de melhor distribuição de recursos dentro do orçamento. Merecem destaque os subíndices Nível de Consumo Atual (+24,4%), Perspectiva de Consumo (+15,0%) e Renda Atual (+12,6%).
A sensação quanto à segurança no emprego manteve-se praticamente estável (+0,1%) em relação a setembro. Dos sete subíndices do ICF, Emprego Atual e Perspectiva Profissional são os únicos acima de 100 pontos. Em outubro, o Emprego Atual (com 113,4 pontos) ficou praticamente no mesmo estágio de março deste ano (113,5 pontos).
Em relação ao mercado de trabalho, a análise da CNC mostra que a elevação de +1,0% do subíndice Renda Atual pode ter sido influenciada pelo impacto da liberação dos recursos do PIS/Pasep. “Também pode-se considerar que a renda tenha crescido em virtude de ganhos adicionais decorrentes de trabalhos extras, como meios para aumentar o orçamento”, observa Antonio Everton.
Perspectivas para 2018
A liberação de recursos do PIS/Pasep vem ajudando as vendas, injetando no consumo aproximadamente R$ 10,3 bilhões do total sacado nos meses de agosto e setembro. Diante disso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de +4,3% para +4,5% sua estimativa de crescimento do setor este ano. Foi a primeira revisão positiva desde a greve dos caminhoneiros em maio.
*Informações Confederação Nacional do Comércio