Eletroeletrônicos fecham 2024 com o melhor resultado dos últimos 10 anos

O setor eletroeletrônico registrou, em 2024, seu melhor desempenho da última década. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) mostram que as vendas da indústria para o varejo cresceram 29% em relação a 2023, totalizando 117,7 milhões de unidades comercializadas — um salto significativo em comparação às 91,3 milhões do ano anterior.
Os números foram apresentados na tarde desta segunda-feira, 17 de março, inicialmente em reunião fechada entre a Eletros e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Após o encontro, a Eletros e Alckmin divulgaram os Indicadores 2024 do setor eletroeletrônico em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Análise
Na avaliação da Eletros, o crescimento do setor foi impulsionado por um cenário econômico mais favorável ao consumo, especialmente no primeiro semestre de 2024. O aumento da oferta de empregos trouxe mais segurança financeira para as famílias, estimulando a retomada das compras. Além disso, a redução dos juros nos primeiros meses do ano passado e o controle da inflação facilitaram o acesso ao crédito, ampliando a demanda.
Fatores climáticos também desempenharam um papel importante, com ondas de calor ao longo de praticamente todo o ano impulsionando a venda de produtos de climatização e ventilação. O segmento de ar-condicionado, por exemplo, teve seu melhor desempenho histórico, assim como a comercialização de ventiladores, geladeiras e purificadores de água.
Outro fator relevante foi o interesse crescente dos consumidores por produtos mais inovadores e eficientes no consumo de energia e água, o que impulsionou a venda de televisores e incentivou a substituição de lavadoras, refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado por modelos mais modernos e econômicos.
“O setor teve um ano de grande retomada e superação. Os resultados alcançados, ainda que influenciados por diversos fatores, como o econômico e o climático, mostram a força da indústria nacional, sua capacidade de atender à demanda e corresponder às expectativas do consumidor, que busca produtos cada vez mais modernos, eficientes e acessíveis”, afirma o presidente executivo da Eletros, Jorge Nascimento.
Ar-condicionado
O segmento de ar-condicionado foi um dos destaques do ano, com crescimento de 38% em relação a 2023. A produção atingiu 5,8 milhões de unidades, superando as 4,2 milhões do ano anterior.
“As fortes ondas de calor estimularam dois movimentos distintos e complementares. De um lado, muitos consumidores adquiriram seu primeiro aparelho de ar-condicionado. De outro, aqueles que já possuíam o produto optaram por substituir modelos antigos por equipamentos mais eficientes ou ampliar a climatização para novos cômodos da casa”, explica Nascimento.
Com produção 100% concentrada na Zona Franca de Manaus, o Brasil mantém-se como o segundo maior polo produtor mundial desse equipamento, atrás apenas da China.
Linha Branca
Os produtos de Linha Branca, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, registraram um avanço de 17% nas vendas em 2024, totalizando 15,5 milhões de unidades comercializadas — acima das 13,3 milhões do ano anterior.
“O segmento vem recuperando períodos de baixa. Para seguir avançando, é essencial fortalecer a competitividade da indústria, ampliar o acesso a componentes e insumos mais competitivos e estimular a exportação dos produtos fabricados no Brasil”, destaca Nascimento.
Linha Marrom
O segmento de Linha Marrom, composto principalmente por televisores e equipamentos de áudio, cresceu 22% em relação a 2023. A produção atingiu 13,4 milhões de unidades, contra 10,9 milhões no ano anterior. Mesmo após as Olimpíadas, o setor manteve um ritmo forte de crescimento, alcançando seu maior volume em 10 anos.
“Os consumidores têm reduzido o tempo de substituição dos televisores, buscando novas tecnologias. Esse comportamento, aliado às condições macroeconômicas favoráveis, foi decisivo para o desempenho positivo do setor”, avalia o presidente da Eletros.
Linha Portátil
Os eletroportáteis também registraram crescimento expressivo em 2024, com alta de 33% sobre o ano anterior. A produção atingiu 80,7 milhões de unidades, superando as 60,9 milhões de 2023 — o maior volume da década para a categoria.
“Esse tipo de produto é um importante termômetro do consumo, já que, na maioria dos casos, as compras são feitas à vista”, explica Nascimento.
Perspectivas para 2025
As projeções da Eletros para 2025 indicam um crescimento entre 8% e 10% no cenário mais otimista. Em uma visão mais conservadora, a estimativa é de um avanço médio de 5%.
“O cenário macroeconômico será decisivo para esses resultados. Temos desafios importantes, como o controle da inflação, a redução das taxas de juros e a estabilidade cambial, já que a variação do dólar impacta os custos de produção. Além disso, o fortalecimento da geração de empregos e ajustes finos nas políticas industriais serão essenciais”, pontua Nascimento.
Do ponto de vista estratégico, o setor seguirá com uma agenda voltada à competitividade, por meio de políticas públicas focadas em eficiência energética, estímulo à demanda por produtos mais modernos, modernização das linhas de produção, fortalecimento da cadeia de suprimentos, investimentos em infraestrutura logística e incentivo à exportação.
“A Eletros tem trabalhado em parceria com o Poder Público para não apenas superar desafios, mas também fortalecer a indústria nacional, reconhecendo sua importância para o setor produtivo brasileiro”, finaliza Nascimento.
Sobre a Eletros
As 36 empresas associadas à Eletros representam 3% do PIB da indústria brasileira, gerando mais de 200 mil postos de trabalho de alta qualificação. As fábricas estão distribuídas em 58 municípios de 11 estados, abrangendo todas as regiões do país.
Todos os anos, mais de 100 milhões de produtos fabricados pelas associadas proporcionam conforto, qualidade de vida, bem-estar e economia para os lares brasileiros.
Com foco na sustentabilidade, as empresas mantêm processos produtivos ecologicamente responsáveis e desenvolvem produtos com eficiência energética e hídrica.
Mais informações:
Vital Agência