Economia do Amazonas, a efetividade na geração de emprego

Nesta segunda-feira, 24, tivemos a oportunidade de debater o papel da Zona Franca de Manaus, num evento ocorrido no jornal Folha de São Paulo, neste desafio nacional de transformar contrapartida fiscal em geração de empregos, oportunidades e saídas para a região e para o Brasil. Queremos destacar o posicionamento claro, didático e seguro, tanto do prefeito de Manaus, diplomata Arthur Virgílio Neto, como do deputado federal Marcelo Ramos, presidente da Comissão que discute a Reforma da Previdência. Ambos somaram com nossos esforços para mostrar ao contribuinte o tamanho de nossa contrapartida com os 8,5% do bolo fiscal do Brasil utilizados com transparência e competência pela ZFM. Ambos, também, nos ajudaram a mostrar que queremos integrar o Sumário de uma nova política industrial que seja competitiva e agregue valor aos movimentos da Indústria nacional de promover a inovação científica e tecnológica numa perspectiva socioambiental de sustentabilidade como fazemos há 52 anos.

Quantos empregos geramos?

Nesse período, nos tornamos especialistas em gerar emprego em todo o país. Precisamos, urgentemente, na sequência da afirmação da efetividade da ZFM, seus impactos positivos na região e as oportunidades que são oferecidas, estimar a quantidade de postos de trabalho que nossa economia oferece ao longo de sua cadeira produtiva e de distribuição. Os números são nosso calcanhar de Aquiles mas também podem ser nossa redenção. Este cálculo não foi o escopo principal dos Estudos da Fundação Getúlio Vargas mas seus cenários de acertos sugerem que essa tarefa seja materializada urgentemente. Afinal, embora trabalhemos muito sem fazer barulho a hora exige que a Mulher de César, além de séria, saiba mostrar o rigor coerente de sua conduta. A proposta Dubai, essencialmente oposta entre quem vive no deserto e na floresta, será benvinda na medida em que se somar ao fortalecimento do Polo Industrial de Manaus. Nunca para substituí-lo.

Três ZF em São Paulo

Importa entrar na cruzada nacional de combate ao desemprego. Quantos empregos são gerados em Rondônia, Roraima, Acre, Ceará, Paraná e Santa Catarina – para citar alguns fornecedores de alimentos dos 80% que consumimos – quando esses estados, reconhecidamente, nos oferecem peixe de cativeiro, farinha, goma, frango, carne processada em forma de embutidos, linguiça, presunto, etc., muito apreciados em nossa região? As empresas instaladas na Grande São Paulo, por sua vez, que fornecem insumos industriais para o Polo Industrial de Manaus, segundo dados da Suframa, representam um volume de investimentos equivalente a 3 polos industriais de Manaus. Não é exagero estimar que essas plantas industriais gerem três vezes mais empregos que o Distrito Industrial de Manaus.

Aqui se ganha aqui se investe

E por falar em Suframa, seguimos recolhendo as taxas que nos cobram por serviços cotidianos. Este volume de recursos mais aqueles que as empresas de Informática recolhem, precisam ficar na região. Nós já sabemos o que fazer com eles. A mesma estratégia do Programa Norte Competitivo, pago pelas entidades só setor produtivo há cinco anos, visando assegurar infraestrutura competitiva para a região. No fim das contas financiamos o Programa Arco Norte, construindo portos e outras estruturas para escoar a soja do agronegócio e desafogar os portos do Sudeste e Sul. Recursos, portanto, temos para tornar competitiva a economia do Amazonas e da Amazônia Ocidental. Basta gerenciar a riqueza aqui produzida aplicando nas demandas de infraestrutura da nossa região. O resto a gente sabe fazer. Temos insistido numa proposta do Amazonas e da Suframa, sob coordenação dos gestores públicos locais para a Reforma Fiscal dentro do espírito constitucional. Queremos somar mas não atrapalhar. Cada um em seu quadrado e atribuição, no contexto colaborativo e solidário em nome de nossa gente, e da prosperidade geral.

(*) Wilson é presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas.

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]

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