Acre: explosão de aeronave deixa 12 mortos

Avião de pequeno porte caiu logo após a decolagem, próximo à pista do aeroporto da capital. Vítimas são 11 adultos e um bebê
Foto: Corpo de Bombeiros do Acre

Da Redação, com informações do G1

Um avião de pequeno porte, com dois tripulantes e dez passageiros, explodiu ao cair próximo à pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco, na manhã do último domingo, 29. Segundo o Governo do Estado do Acre, todas as 12 pessoas a bordo, incluindo um bebê, morreram.

O voo decolou de Rio Branco às 7h20 com destino a Envira, no Amazonas (confira os detalhes abaixo). A aeronave modelo Caravan caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem, segundo a empresa –informação confirmada pelo aeroporto.

Imagens feitas pelo Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) mostram o incêndio no local. Os bombeiros conseguiram controlar as chamas após cerca de quatro horas e a retirada de corpos e destroços foi iniciada. Todos os corpos foram retirados. Parte dos passageiros estava viajando para receber tratamento médico. Confira abaixo o que já se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre a queda da aeronave.

Quem são as vítimas do acidente?

Cláudio Atílio Mortari – piloto: natural de São Paulo, mas também morava em Itaituba, no Pará. De acordo com trabalhadores da empresa, Cláudio morava no Pará desde a década de 80.

Kleiton Lima Almeida – copiloto: tinha 39 anos, era natural e morador de Itaituba, no sudoeste do Pará. Ele tinha se tornado pai há um mês, segundo a irmã, Gardeny Lima.

Pelas redes sociais de Kleyton era possível acompanhar suas atividades além da aviação. Ele compartilhava fotos de momentos agradáveis, em que praticava exercícios físicos e esportes, como andar de bicicleta ao lado da companheira, Anny Trindade, e treinar jiu-jítsu com os colegas e parceiros.

Ana Paula Melo e a filha Clara Maria Monteiro – passageiras: Ana Paula era natural de Eirunepé, no Amazonas, e tinha 19 anos. Ela viajava com a filha de 1 ano e 7 meses.

José Marcos Epifânio – passageiro: natural de Envira, no Amazonas, tinha 51 anos. Era irmão de outro passageiro, Antônio Cleudo. Ao g1, o tio deles, Rômulo Mattos, lamentou o acidente e disse que a notícia abalou toda a família.

Antônio Cleudo Epifânio – passageiro: natural de Envira, no Amazonas, tinha 46 anos. Era irmão de José Marcos, e também era empresário.

Edineia de Lima – passageira: ainda não há mais informações sobre esta passageira.

Jamilo Maciel – passageiro: natural de Eirunepé, no Amazonas, tinha 27 anos. Ele completaria 28 anos em 24 de dezembro.

Raimundo Nonato Melo – passageiro: dentista, tinha 32 anos, e estava na capital acreana para fazer um curso. A tia dele Marilene Ferreira de Melo disse à Rede Amazônica que Raimundo Nonato relatou problemas em voo anterior na mesma aeronave.

“O avião que ele vinha na terça-feira, estava com problema, e ele não veio. À noite, ligaram para ele perguntando se ele queria vir na quarta, e ele veio, porque disseram que estava perfeito. Como hoje era domingo, ele tinha que estar lá às seis horas, e disseram que o avião estava bom, ele foi. O avião já havia apresentado [problemas] em semanas anteriores”, relatou.

Alexsander Bezerra – passageiro: natural de Eirunepé, no Amazonas, e trabalhava em uma empresa de segurança.

Francisco Eutimar Bernardo de Souza – passageiro: natural de Eirunepé, no Amazonas, tinha 32 anos.

Antonia Elizangela – passageira: natural de Envira, no Amazonas.

Quais as causas do acidente?

Ainda não há informações sobre possíveis causas para a queda do Cessna Caravan Modelo 208B. O Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), localizado em Manaus, vai apurar as causas do acidente.

De acordo com a Aeronáutica, na investigação “serão utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo”.

O que diz a empresa?

O voo era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas (confira os detalhes abaixo). A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 6h30 no horário local (8h30 em Brasília), logo após a decolagem.

O advogado da empresa, Thiago Abreu, informou ao g1 que o piloto e o copiloto tinham experiência e treinamento. Segundo Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o avião estava em situação regular. Em nota, a empresa afirmou que a aeronave estava com todas as rotinas de manutenção em conformidade com as normas e regulamentos da Anac, e que está disponibilizando transporte de familiares das vítimas para o Acre. Veja, abaixo, a íntegra da nota:

Nota da ART Taxi Aéreo

“A.R.T. TAXI AEREO LTDA – ME, informa que no dia 29/10/2023, por volta da 07h21min a aeronave de matrícula PT-MEE, infelizmente, sofreu um acidente logo após decolar do Aeroporto Internacional de Rio Branco, no Acre. A ocorrência está sob investigação das autoridades competentes com as quais estamos prestando total e exclusiva colaboração.

Na aeronave estavam 09 passageiros e 02 tripulantes, os quais vieram a óbito no local, conforme lista que será oportunamente disponibilizada.

No que diz respeito à operação:

a) A aeronave envolvida era certificada para o transporte remunerado de passageiros (operações para táxi aéreo) e estava com todas as rotinas de manutenção em conformidade com as normas e regulamentos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

b) A tripulação engajada na operação era devidamente habilitada pela ANAC, com todos os respectivos treinamentos em dia.

Nossa prioridade é a atenção, amparo e solidariedade aos familiares e amigos das vítimas e com nossos colaboradores, neste momento de profunda tristeza para todos nós. Já foram disponibilizados psicólogos e assistência social para os familiares. Bem como está sendo providenciado o translado dos familiares ao local do acidente.

Com pesar:

A Diretoria”

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