Por Natalia A. Ramos Miranda e Sarah Morland / Reuters
A América Latina e o Caribe receberam fluxos recordes de investimento estrangeiro direto (IED) no ano passado, mostrou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira, principalmente em serviços, manufatura e energia, à medida que os gastos se recuperaram após a pandemia.
O relatório da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal) constatou que o IED, ou receita de compras de ativos transfronteiriços, aumentou 55,2% em relação a 2021, atingindo US$ 224,58 bilhões no ano passado, o nível mais alto já registrado.
“Os fluxos de IED para a região não ultrapassavam os US$ 200 bilhões desde 2013, portanto a recuperação de 2022 marca um importante marco de investimento na última década”, disse a Cepal no relatório.
Os investimentos transfronteiriços em 2022 se concentraram principalmente nos setores de serviços, hidrocarbonetos e manufatura da região, disse a comissão, ajudando a aumentar a contribuição do IED no Produto Interno Bruto (PIB) da região para 4,0%.
O número de fusões e aquisições aumentou 7%, mas o valor dos negócios disparou 57%, chegando a US$ 30,15 bilhões no ano.
A Cepal disse que a recuperação provavelmente foi resultado de empresas, muitas das quais mantiveram seus lucros durante a pandemia de coronavírus, agora retomando planos de investimento e crescimento.
O Brasil, maior economia da região, ficou com a maior parte dos investimentos, com 41%, enquanto o México, a segunda maior economia, ficou com 17%.
Em todo o mundo, a Cepal registrou um aumento de 11% no IED ao eliminar o impacto de “desinvestimentos substanciais” em Luxemburgo, um centro financeiro global.