Da Redação, com informações dos sites G1, Nobel Prize e BBC News
A professora de Harvard, Claudia Goldin, de 77 anos, recebeu o prêmio Nobel de Economia 2023, nesta segunda-feira, 9, por suas pesquisas sobre o papel da mulher no mercado de trabalho.
Claudia Goldin é também PhD pela Universidade de Chicago e codiretora do Grupo de Estudos sobre Gêneros na Economia do National Bureau of Economic Research (NBER). Ela apresentou o primeiro relato abrangente sobre os rendimentos das mulheres e a participação no mercado de trabalho ao longo dos séculos.
Para alcançar esses insights, Goldin olhou para duzentos anos atrás e a transformação estrutural da economia. Os seus resultados permitiram uma melhor compreensão de como e porquê as taxas de emprego e de remuneração diferem entre mulheres e homens.
“Ela foi capaz de identificar padrões inovadores que não só desafiaram o conhecimento existente, mas que também mudaram a visão dos papéis históricos e contemporâneos das mulheres no mercado de trabalho.”, afirma o comitê responsável pela premiação.
De 1969 a 2023 já foram atribuídos 55 prêmios em ciência econômicas. Claudia Goldin é a terceira mulher a receber o prêmio e é a primeira mulher a recebê-lo por um trabalho desenvolvido sem coautores. “Significa muito. Pois é um prêmio entregue para grandes ideias e mudanças a longo prazo. Então é de grande importância”, comentou Claudia Goldin, na manhã desta segunda-feira, para o The Nobel Prize.
Claudia Goldin nasceu em 1946, em Nova York (Estados Unidos), e foi a primeira mulher a atingir o grau de professora titular na faculdade de Economia de Harvard. A vencedora vai receber o prêmio de 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a mais de R$ 5 milhões.
Confira os demais prêmios já entregues este ano:
- Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina – Concedido à bioquímica húngara Katalin Karikó e ao imunologista americano Drew Weissman por criarem a tecnologia da vacina de mRNA. As descobertas da dupla permitiram o desenvolvimento em tempo recorde de imunizantes contra a covid-19 em 2020.
- Prêmio Nobel de Física – Concedido a três pesquisadores, os cientistas Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L’Huillier. O trio teve homenagens pelos trabalhos em métodos experimentais que geram pulsos de luz para o “estudo da dinâmica eletrônica na matéria”. Anne L’Huillier é a quinta mulher a receber o Nobel de Física.
- Prêmio Nobel de Química – Concedido aos pesquisadores Moungi G. Bawendi, Louis E. Brus e Alexei I. Ekimov. O trio teve reconhecimento pelas pesquisas sobre pontos quânticos, que, segundo explicação disponível no site da BBC News, são os menores componentes da nanotecnologia, que, por suas propriedades peculiares revolucionaram produtos comerciais, como telas de TV ou lâmpadas de LED, sendo também muito utilizados nas áreas de física, química ou medicina, onde já começam a ser aplicados em tratamentos experimentais contra o câncer.
- Prêmio Nobel de Literatura – Concedido ao norueguês Jon Fosse, graças às “suas peças e prosas inovadoras que dão voz ao indizível”, segundo a Academia Sueca. Uma de suas obras, “É a Ales”, publicada em 2004, foi lançada no Brasil em setembro deste ano, pela Companhia de Letras. Neste romance, o narrador onisciente costura as reminiscências de Signe, uma mulher cujo marido, Asle, desapareceu após sair de barco em um fiorde.
- Prêmio Nobel da Paz – Concedido a ativista iraniana Narges Mohammadi, pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos. A ativista recebeu o Nobel da Paz cerca de um ano após da onda de protestos iniciada com a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu quando estava sob custódia da polícia iraniana em 2022, após ser presa por “uso incorreto” do véu islâmico obrigatório no país.