Após Guedes negar reajuste, organização de servidores do Judiciário pede aumento a Fux

Fenajufe cobrou que presidente do STF elabore um projeto de lei próprio com a proposta de reajuste.

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer que o governo não conseguirá dar um reajuste a servidores públicos neste ano, a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) encaminhou um ofício ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, cobrando o aumento para a categoria.

Os documentos foram enviados na quinta-feira (09). A Fenajufe também apresentou um ofício com o mesmo conteúdo para o procurador-geral da República, Augusto Aras.

“A Fenajufe vem demonstrar preocupação e apelar para que Vossa Excelência envide todos os esforços para que seja garantido aos servidores e servidoras do Poder Judiciário da União a recomposição salarial necessária aos seus quadros para a manutenção da valorização e prestação de serviços de qualidade à população, a qual sempre foi a marca deste Poder da União, e neste sentido encaminhe projeto de lei ao Congresso para recompor a remuneração dos servidores e servidoras no índice emergencial de 30,66%”, afirma a Fenajufe no ofício.

“O STF tem autonomia suficiente para pautar o reajuste dos servidores federais do Judiciário e não precisa ficar subordinado ao governo federal, que já demonstrou descaso com todos os trabalhadores brasileiros”, disse Lucena Pacheco, coordenadora-geral da Fenajufe.

A Fenajufe cobrou que Fux elabore um projeto de lei próprio com a proposta de reajuste para todos os servidores do Judiciário federal.

“Exigimos que o ministro Luiz Fux tenha uma posição diferente do governo e que encaminhe o projeto para a recomposição salarial dos servidores públicos. Esperamos que o STF não se alinhe à política de congelamento salarial”, afirmou.

A organização argumenta que acumula perdas inflacionárias de quase 20% somente de 2019 a 2021, durante o governo Bolsonaro e que, se for confirmada uma alta de cerca de 8,89% neste ano, conforme previsto no último Boletim Focus, do Banco Central, as perdas ultrapassariam os 30%.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou, na quinta-feira (9), que o governo federal não conseguirá dar aumento ao funcionalismo público em 2022 e que um eventual reajuste poderá ocorrer mais à frente, após a aprovação da reforma administrativa.

“O governo federal não conseguiu dar aumento para o funcionalismo, mas reduziu impostos para 200 milhões de brasileiros”, declarou Guedes em evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “Logo ali à frente vai ter aumento para todo mundo, mas agora estamos em guerra ainda.”

Fonte: CNN Brasília

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

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