As aparências podem enganar

Editorial :: Revista PIM Amazônia – Nr. 143 (FEV)

Sou Amazonense, embora não aparente à primeira vista. Nasci na cidade de Manaus por força das circunstâncias. Meus pais chegaram de São Paulo no final da década de 1970, junto com centenas de outros profissionais que vieram de todas as partes do Brasil para trabalhar nas fábricas que estavam sendo construídas no meio da floresta amazônica. Era a criação da famosa Zona Franca de Manaus, que desde o início já demonstrava seu potencial de contribuição para o desenvolvimento social e cultural da cidade.

Aqui eu cresci, estudei, trabalhei e tive meu filho. Posso dizer que sou filho do PIM, literalmente, assim como milhares de amazonenses que nasceram aqui em razão da Zona Franca. Sou fruto de um modelo de desenvolvimento econômico que interferiu e interfere no modo de vida de milhões de amazônidas e brasileiros por todo o território nacional.

O modelo Zona Franca proporcionou educação e capacitação profissional numa região com um dos menores IDHs dentre as regiões do país. Proporciona a geração de renda e de milhares de empregos para os habitantes do Estado do Amazonas que possui a cobertura vegetal mais preservada do Brasil.

Quase nenhum brasileiro sabe disso, mas a Zona Franca permite que a dona Maria de Belo Horizonte possa comprar um presente de aniversário para a sua neta, pois ao comprar o seu celular, a TV da sala e o ar-condicionado de seu quarto, pagou 20% mais barato e sobrou o dinheiro para comprar o presente.  

Esta edição especial comemora o Aniversário de 55 anos da Zona Franca, que embora aparente ser de Manaus, é na verdade do Brasil.

Realmente as aparências podem enganar, e quase sempre enganam.

Juarez Baldoino da Costa Filho

CEO :: Editora Balponte

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