Oportunidades do Futuro para a Amazônia

Por Margarida Galvão

Em comemoração à marca da centésima edição, a Revista PIM Amazônia começa a apresentar, a partir do próximo número,uma série especial de reportagens intitulada “Oportunidades do Futuro”, que será dividida em quatro temas: Indústria, Mineração, Produção de Alimentos e Turismo. Em cada edição,o leitor vai conhecer o mapa econômico de uma das atividades, com o panorama de mercado, indicadores,potencialidades econômicas, oportunidades de negócio e,principalmente, oportunidades de melhoria e de desenvolvimento dentro da região amazônica.

 

A indústria é considerada um grande termômetro da economia brasileira: se vai mal, a economia sofre; caso contrário, a economia avança. Nos últimos anos, o setor tem vivido um cenário de baixas. Nos primeiros meses de 2018, o país vivenciou um crescimento acelerado das vendas, mas a indústria ainda sente os efeitos do período de recessão econômica vivenciado em 2015, 2016 e 2017. Os efeitos da recessão econômica ainda estão sendo absorvidos pela manufatura. Tanto é que hoje a economia está 6% menor em relação ao que era em 2014. A previsão dos economistas é de que somente em 2020 o país recupere o cenário econômico de quatro anos atrás. A economia brasileira, que havia registrado expansão de 0,4% no acumulado de janeiro a março deste ano, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sofreu uma queda de 0,99% no segundo trimestre,quando comparado com os três meses anteriores. A greve dos caminhoneiros, ocorrida no fim de maio e início de junho, é apontada como responsável pelo tombo do período.

 

\"\"A indústria incentivada da Zona Franca de Manaus (ZFM), formada por mais de 500 empresas, entre pequenas, médias e grandes, sentiu os efeitos da greve, mas conseguiu caminhar em compasso de crescimento. Tanto é que o segmento eletroeletrônico (que inclui ainda a divisão de bens de informática), faturou um montante de R$ 30,08 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, o que representa um crescimento de 21,55% em relação ao mesmo intervalo de 2017. Os dados são da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Em dólar, o resultado também foi positivo – o valor de US$ 9.13 bilhões faturado entre janeiro e abril deste ano representa aumento de 15,39% ante os US$ 7.917 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Outros setores que tiveram alta, conforme os indicadores compilados pela autarquia foram o de duas rodas (que faturou R$ 4,21 bilhões e avançou 19,15% no período) seguido pelo químico (cujas vendas de R$ 3,18 bilhões lhe garantiram crescimento de 11,82%. Os subsetores termoplástico (+14,09%)e metalúrgico (+14,58%)vêm na sequência, com incrementos de R$ 1,72 bilhão e de R$ 1,67 bilhão, respectivamente.

 

Mineração

A economia brasileira sempre teve uma relação estreita com a extração mineral, um dos setores básicos da economia nacional, responsável por 3% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB).A Bahia ocupa hoje a quinta posição no ranking de produção de minerais do país, responsável por 43 minerais diferentes. Por sua vez, Minas Gerais possui 57 das maiores minas em operação e participa com 53% da extração dos minerais metálicos do País. Na Amazônia, após 30 anos, o governo federal autorizou exploração mineral na região da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), criada em 1984. Com isso, uma área de aproximadamente 47 mil quilômetros quadrados, entre o Pará e Amapá, está liberada para extração de ouro e outros minerais nobres.

Na extração mineral do Amazonas são obtidos, principalmente, calcário, potássio e estanho. Especialistas do setor apontam que há uma riqueza de minérios avaliada em trilhões de reais, que pode ser a redenção econômica para os municípios amazonenses. Somente com a extração de potássio, o potencial é de R$ 1 trilhão. Se bem aproveitado, o solo amazonense pode gerar 8.000 empregos diretos. O Estado possui duas minas em operação, sendo que uma delas fica em Pitinga (em Presidente Figueiredo, município distante a 119,81 quilômetros de Manaus), que lavra e concentra minério de estanho, nióbio e tântalo. A outra está em Jatapu (em Manicoré, situado a 478,6 quilômetros da capital), com potencial de 1,2 milhão de toneladas de calcário para uso agrícola. No Amazonas, há apenas duas minas principais em operação: uma em Pitinga (a 130 quilômetros de Manaus), que lavra e concentra minério de estanho, nióbio e tântalo, e outra em Jatapu, em Urucará (a 344 quilômetros da capital), com potencial de 1,2 milhão de toneladas de calcário para uso agrícola.

Mais especificamente para o solo, onde há uma riqueza em minérios avaliada em trilhões de reais, que pode ser a redenção econômica para municípios do interior do Estado.

Somente com a extração do potássio, o potencial é de R$ 1 trilhão. Embora exista uma riqueza imensurável, a exploração do solo amazonense ainda está aquém de sua capacidade, que se bem aproveitada poderá dobrar o número atual de vagas no setor que é de aproximadamente 8 mil empregos.

 

Produção de alimentos

Apontado como o quarto maior produtor de alimentos do mundo, atrás de China, Estados Unidos e Índia, o Brasil ocupa a segunda posição nas exportações desse tipo de produto, logo depois dos Estados Unidos. A soja, a carne, o açúcar e o café estão entre os principais itens na pauta das exportações brasileiras, somando aproximadamente 30% do total exportado pelo país.O país é atualmente o maior produtor de açúcar, café e suco de laranja e o maior exportador de carne bovina e soja.

Por sua vez, o Amazonas não aparece na pauta de produção e exportação na área de alimentos. A greve dos caminhoneiros, que provocou o desabastecimento em todo o país, serviu de termômetro para mostrar o grau de dependência do Estado por produtos importados de outras regiões. Dados do Sindicato dos Feirantes do Estado do Amazonas (Sindifeiras-AM) apontam que mais de 80% dos alimentos consumidos no mercado local vêm de outros Estados brasileiros e do exterior. Segundo o dirigente da entidade, David Lima, além de depender da produção nacional, o Amazonas importa produtos agrícolas de países como Argentina, China, Inglaterra, Peru e Venezuela.

 

 

Turismo

O turismo é uma das atividades de serviços que mais cresce no Brasil. Em 2017, o setor injetou US$ 163 bilhões no país, o equivalente a do Produto Interno Bruto (PIB) do período.Os dados fazem parte do estudo econômico elaborado pela Oxford Economic para Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), principal consultoria independente desse ramo de negócios no mundo.

 

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