Brasil presidirá Mercosul em momento que bloco está defasado

O advogado e pesquisador Marcus Salles destacou que, apesar de curto período, presidência pode ser bem desempenhada e deixar marca

Por Amanda Garcia / CNN

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume nesta terça-feira (4) o comando temporário do Mercosul por seis meses.

O advogado e pesquisador especialista em integração da América Latina Marcus Salles avaliou que o período é curto, mas “sendo bem desempenhado pode deixar marca positiva”.

Segundo ele, o Brasil assume a presidência em período que o bloco e a América do Sul como todo “está defasado em relação à inserção internacional.”

Marcus Salles destaca que isso é sentido especialmente na agenda econômica.

“De 2019 para cá, com pandemia, guerra da Ucrânia, amadurecimento da disputa comercial entre EUA e China, há um cenário complexo para todas as regiões”, explicou.

Dessa forma, a América do Sul “tem sido gravemente atingida, ficando de fora de sistemas produtivos, tanto globais, quanto interbloco”.

Salles vê dois temas centrais durante a presidência brasileira do Mercosul: o acordo Mercosul-União Europeia e a pressão uruguaia por independência em acordos bilaterais.

Sobre o acordo com a UE, o pesquisador vê um contexto histórico que emperra o avanço: “São duas regiões cujas economias têm seus pontos altos muito competitivos, especialmente em agricultura e indústria, são nós que pesam muito.”

“A impressão que se tem é muito difícil fechar acordo sem prejuízo e perda de ambos os lados, e ninguém está disposto a perder”, disse.

Ao mesmo tempo, ambas as partes “teriam muito a ganhar com o acordo”, também em “termos tecnológicos, de emprego, padrões de trabalho, segurança e meio ambiente.”

No caso do Uruguai, o especialista afirmou que “há pressão para que os uruguaios se libertem da necessidade de consenso dos integrantes do Mercosul para poder fechar acordos bilaterais”.

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