Profissões de nível técnico podem ser uma excelente opção para quem deseja ingressar no mercado de trabalho com boa remuneração. Os mais recentes dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/2016) mostram que o salário de técnicos supera, muitas vezes, o de profissionais de nível superior. Nas áreas de eletromecânica, química e energia, técnicos com mais de um ano de casa ganham em média R$ 7,2 mil, enquanto aqueles com mais de dez anos de experiência têm rendimento superior a R$ 10 mil.
Por outro lado, a remuneração de assistentes sociais, biólogos, jornalistas e economistas domésticos gira em torno de R$ 5 mil. Para nutricionistas, psicólogos e psicanalistas a discrepância é ainda maior. Nesses casos, o rendimento médio mensal é de R$ 3,5 mil. Esses profissionais precisam de dez ou mais anos de experiência para conquistar um salário de R$ 5,7 mil.
As profissões técnicas que ganham relevância com a Indústria 4.0 serão destacadas na Olimpíada do Conhecimento, que ocorre de 5 a 8 de julho, em Brasília. O evento, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e pelo Serviço Social da Indústria (SESI), mostrará inovações que prometem melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos e revolucionar a educação, além de mostrar quais serão os profissionais do futuro.
Érica de Santos Melo conta que sua vida profissional decolou após um curso de Costura Industrial no SENAI. Com a qualificação, a pernambucana foi contratada pela Lear, líder mundial no segmento de assentos automotivos. “Hoje eu tenho uma qualidade de vida muito melhor e segurança para educar minha filha”, afirma a encarregada de produção.
Na análise do diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi, a oferta limitada de profissionais de nível técnico está relacionada ao sistema educacional brasileiro, orientado para o ensino superior. “Temos um problema na matriz educacional brasileira, construída como se todos os estudantes chegassem à universidade, quando apenas 17% seguem para o ensino superior. Além disso, somente 11% dos estudantes fazem o ensino médio articulado à educação profissional”, afirma.