Por Amanda Garcia / CNN
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o país tem 3,9 milhões de pessoas que vivem em 13.297 mil áreas de risco. Dessas, 4 mil localidades são classificadas como de “risco muito alto”, de deslizamentos e inundações, por exemplo.
Os estados mais impactados são Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.
O pesquisador do SGB Tiago Antonelli lembrou que as pessoas não moram nessas áreas porque querem.
“Elas estão lá por necessidade e omissão do poder público local, o risco geológico geralmente está em áreas periféricas, que não estão no Plano Diretor e, em épocas chuvosas, causam danos e mortes”.
A legislação municipal, segundo ele, rege “quais são os locais aptos a receberem construções e como devem ser as obras para contenção. Em áreas ocupadas irregularmente isso não acontece”.
Tiago afirma que a médio e longo prazo, para solucionar o problema, as prefeituras “precisam fiscalizar para que as ocupações não ocorram mais e a municipalidade dê estrutura necessária para segurança.”
“Infelizmente, a situação do Brasil é que áreas de risco aumentam e temos essa missão de identificar essas áreas e dar luz aos municípios para a boa gestão, seja com obras ou removendo famílias”.
A prevenção de desastres, de acordo com Tiago, depende de toda uma cadeia.
“Há o mapeamento, emissão de alerta, que passa pela Defesa Civil para fazer a remoção das pessoas”.
Ele fez a ressalva de que “não adianta ter mapeamento se não souber colocar a política em prática, há uma série de fatores necessários antes do evento geológico, que muitas vezes não funciona e faz vítimas”.
O especialista destaca que a responsabilidade da gestão e identificação de riscos é dos municípios, embora os governos estaduais e federal prestem suporte.