Cerrado pode perder um terço da vazão dos rios até 2050, alerta estudo

Pesquisador Yuri Salmona apontou que desmatamento é o principal fator da perda da capacidade dos rios
Bombeiros tentam controlar incêndio no Cerrado, próximo a QI 19, no Lago Sul (DF). Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Por Amanda Garcia / CNN

Um novo estudo aponta que os rios do Cerrado vão perder 34% da vazão até 2050, caso a destruição do bioma continue no ritmo atual.

Já houve uma perda de 15,4% devido ao desmatamento e mudanças climáticas entre 1985 e 2022.

O pesquisador responsável pelo levantamento Yuri Salmona explicou que os números indicados “são fortes.”

“A perda da água estimada equivale a oito vezes a vazão do rio Nilo, o que é bem grande para este período”.

As consequências, segundo o pesquisador,  já são sentidas.

“Todo mundo se lembra do racionamento de água em diferentes capitais em torno da bacia do Paraná em 2019 e outros, isso em decorrência desse tipo de impacto”.

Isso se dá tanto por causa das mudanças climáticas, quanto devido ao desmatamento.

“Outro efeito é a crise energética, já que a matriz do país é muito focada na parte hidrelétrica”.

O especialista afirma que há um conflito no meio rural por causa da água.

“Os dois principais insumos para a agropecuária são a água e a previsibilidade climática, o estudo mostra que o desmatamento do cerrado está afetando a provisão de ambos, o próprio avanço do setor inviabiliza a produção agrícola.”

Ao mesmo tempo, Yuri reforçou que que é possível reverter o quadro.

“É preciso garantir que se desenhe e execute políticas públicas que entendam a água, os recursos hídricos, mudanças climáticas e desmatamento de maneira combinada.”

Isso vai permitir que se pense sobre a proteção das águas, manutenção da vegetação nativa e monitoramento do consumo das águas.

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