Da Redação, com informações da Agência Brasil e Secretaria-Geral da Presidência
A partir desta terça-feira, 8, os presidentes dos países amazônicos participam da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), com o objetivo de discutir e buscar consenso em propostas voltadas para o desenvolvimento sustentável da região.
Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está confirmada a participação dos presidentes da Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru e Venezuela. Equador e Suriname também confirmaram presença, mas enviarão representantes de seus chefes de estado. Também são esperadas no evento autoridades da República do Congo, da República Democrática do Congo e da Indonésia, detentores de grandes florestas tropicais.
A Cúpula ocorre logo após a realização dos Diálogos Amazônicos, evento que reuniu 24 mil pessoas, entre os dias 4 e 6 de agosto, entre representantes de organizações não-governamentais, movimentos sociais, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos, com o objetivo de formular sugestões para a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.
O resultado desses debates será apresentado na forma de propostas aos chefes de Estado durante a cúpula.
Segundo informações da Agência Brasil, a ideia é que os países acolham algumas das propostas recebidas no encontro. Mas cada um tem autonomia para acolher as sugestões que entender melhor para si. No caso do Brasil, o governo já anunciou que criará condições para a sociedade civil acompanhar o andamento das políticas públicas que forem adotadas.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, disse à Agência Brasil que há, por parte do governo brasileiro, interesse político em criar mecanismos que, com transparência, permitam o acompanhamento, por parte da sociedade civil organizada, da implementação das propostas, bem como para eventuais atualizações que se façam necessárias.
“O acompanhamento do conjunto de propostas do Diálogos Amazônicos, no âmbito do Brasil, será feito pela Secretaria-Geral da Presidência da República, mas tem também vários instrumentos. Por exemplo, o PPA [Plano Plurianual] que está sendo construído. Tem propostas daqui que podem ser incorporadas ao PPA”, afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante os eventos dos Diálogos Amazônicos.
Na segunda-feira, 7, ministros das Relações Exteriores e do Meio Ambiente de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela conversaram com a imprensa sobre as expectativas dos países para a Cúpula da Amazônia.
O chanceler brasileiro Mauro Vieira disse que os países que fazem parte do bioma importante e estratégico, onde vivem cerca de 50 milhões de pessoas, devem liderar iniciativas para cuidar da região que, segundo ele, exige compromisso forte e coordenação estreita das nações donas dos territórios.
“Nosso objetivo é reativar canais de diálogo com os países da região para que, por meio da cooperação, possamos encontrar juntos soluções para os nossos desafios comuns em benefício da população”, reforçou o ministro.
No primeiro dia, da Cúpula da Amazônia, os chefes de Estado dos países da OTCA deverão assinar a Declaração de Belém que, segundo o ministro, vem sendo negociada há um mês e será afinada no encontro entre os presidentes. A ela serão incorporadas às sugestões dos Diálogos Amazônicos.