CIEAM, a vida começou há quarenta anos

A vida começa aos 40, dizem os filósofos. No caso de uma entidade do setor produtivo como o CIEAM, a maturidade filosófica está na figura visionária do fundador, Mario Expedito Neves Guerreiro, e seus parceiros empreendedores do Amazonas no final dos anos 70. Publicamos nesta data, para insistir na importância do evento, o artigo de seu atual presidente, o economista e empresário Wilson Périco, pupilo e seguidor dos preceitos institucionais originais desta Entidade.

CIEAM 40 ANOS, A INDÚSTRIA E A COMUNIDADE

Wilson Périco (*) [email protected]

O que comemorar nos 40 anos do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, 10 de Agosto 1979–2019, senão a gratidão dos pioneiros e a renovação dos compromissos cívicos e corporativos desta Entidade que atinge a maturidade e segue fiel ao impulso original de seu fundador, o visionário empreendedor Mario Expedito Neves Guerreiro, e seus parceiros? Nossas prioridades são o atendimento da Indústria, nossas demandas de luta pela infraestrutura e Segurança Jurídica e, particularmente, assegurar o interesse maior da comunidade, a construção de um Amazonas próspero e competitivo. Neste momento de formulação da Reforma Tributária, ganha importância e veemência o apelo histórico pela União de todos, a partir da qual poderemos mais facilmente diversificar, adensar e regionalizar o desenvolvimento e assegurar as condições para o crescimento da Indústria 4.0, a Quarta Revolução Industrial. Ou seja, resguardar nossos direitos de trabalhar com liberdade. Isso significa, portanto, focar na geração de empregos e de alimentos com a piscicultura e a fruticultura, produzidas no menor espaço com maior produtividade, graças aos recursos da tecnologia e nanobiotecnologia. Significa organizar a atividade mineradora e promover a contrapartida de que carecemos dos serviços ambientais que prestamos ao Brasil e ao Clima.

Referência global de Bioeconomia: Queremos reafirmar que não há novidade na transformação do Amazonas em capital mundial da Biotecnologia Tropical. Isso significa amadurecer essa vocação aplicando na região os recursos que a Indústria recolhe para este fim. Sem a intromissão policial e tributarista do poder público, para custear a própria máquina, é claro. O proibicionismo tem de dar lugar ao fomento, não penalizar como instrumento de interlocução mas estimular o fazer corretamente do ponto de vista técnico e socioambiental.

Projeto Radam da Biodiversidade: Retomo aqui e recomendo ao nosso Conselho Superior trabalharmos juntos neste conceito de inventário das riquezas da Biodiversidade. Essa tem sido a mais recente intuição do Dr. Mario Guerreiro, revelada em conversas recentes, e é um mote que deveríamos resgatar no conceito original do projeto Radam na perspectiva da Biodiversidade. E o que é isso? Muitos de nós talvez não saibamos que, em 1975, o empresário visionário Eliezer Batista, o homem que idealizou a Embraer, entre outras genialidades, desenhou o Projeto RADAM para a Amazônia, um levantamento aerofotogramétrico da floresta com equipamentos de sofisticados Raios X, acoplados a aviões de porte longo percurso para vasculhar o que havia de mineral precioso e estratégico no subsolo da Amazônia, um levantamento contido numa biblioteca de Geologia e Mineralogia com mais de 70 volumes. Pois bem, o Dr. Mario defende que se faça algo semelhante com as riquezas genéticas da Amazônia, um levantamento precioso e detalhado para levantar a ocorrência de espécies de alto valor agregado e a melhor forma de seu aproveitamento perene. O que vai representar isso para o Brasil, senão a transformação do Amazonas na capital mundial da Bioeconomia da Sustentabilidade, para criar empregos e riqueza nacional.

Fibras de classe mundial: Foi com essa sua intuição original que se voltou para as fibras de juta e malva – de olho na Interiorização da economia – antes da chegada da Zona Franca de Manaus, nos anos 50, quando inaugurou a BrasilJuta, com seu parceiro, Adalberto Vale e a presença de Getúlio Vargas. Fibras naturais seriam o sucedâneo dos tempos perdidos com a falta de gestão do poder constituído para a perenidade do Ciclo da Borracha. As fibras regionais consorciadas com algodão, linho e seda, dariam insumos à diversificação à indústria de uniformes profissionais de Manaus, a BDS, Bicho da Seda, uma produção de classe mundial, que é nosso orgulho nativo. Nosso muito obrigado a todos os parceiros do CIEAM, seus colaboradores, novos Guerreiros das incessantes batalhas pelo Amazonas.

(*) Wilson é economista e empresário e o atual presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas.

ERRAMOS: Na semana passada, nos textos de celebração dos 40 anos do CIEAM, grafamos erradamente a verdadeira data de fundação da Entidade, 10 de Agosto de 1979.

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]

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