Colômbia deve ter grande adesão em eleição polarizada; 2º turno é neste domingo

Candidatos Gustavo Petro, de esquerda, e Rodolfo Hernández, de direita, disputam o cargo de presidente do país

Os colombianos decidem neste domingo (19) quem será o novo presidente do país, e a disputa é polarizada entre a esquerda e a direita. O senador de esquerda Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro, e o empresário Rodolfo Hernández, candidato populista de direita com um discurso antissistema, disputarão o cargo no segundo turno das eleições da Colômbia.

Pela primeira vez em duas décadas, a disputa não terá um nome ligado ao ex-presidente Álvaro Uribe.

Segundo analistas o fim do primeiro turno presidencial na Colômbia, disputado em 31 de maio, deixou um claro protagonista, uma esquerda com votação inédita e vários derrotados. O debate político não é mais entre uribismo e petrismo, e uma punição ao sistema político estabelecido e o desejo de mudança são evidentes.

O país mais conservador da América Latina pode voltar a ter uma liderança de esquerda se Gustavo Petro for eleito; o candidato saiu em vantagem do primeiro turno, com 40,4% dos votos — 8,5 milhões de colombianos optaram por ele.

Entretanto, se os eleitores que votaram em Federico Gutierrez — o terceiro colocado no fim de maio — optarem por Rodolfo Hernández, o candidato populista que foi chamado de “Jair Bolsonaro” ou de “Donald Trump da Colômbia”, este terá maior chance de ganhar. No primeiro turno, Hernández recebeu 27,9% de votos, o equivalente a 5,9 milhões de pessoas.

Segurança

A campanha eleitoral é realizada em um momento conturbado na Colômbia. Além da pandemia, o país foi palco de grandes protestos, reprimidos com violência pela polícia, e da volta de atentados depois do acordo de paz com as Farc.

Ambos os candidatos denunciaram que receberam ameaças de morte durante a campanha eleitoral, e Hernández cancelou todos os eventos da última semana por esse motivo.

A segunda questão em torno do tema de segurança é que o candidato que não vencer poderia não aceitar o resultado, uma vez que houve provas de fraudes eleitorais no passado.

Ambos disseram, no entanto, que irão respeitar os resultados das eleições.

Quem são os candidatos:

Gustavo Petro

Líder da esquerda, Petro é reconhecido como ex-membro do grupo de guerrilha M-19 (Movimento 19 de Abril), desmobilizado nos anos 1990. O passado como militante tornou a vida pública do primeiro colocado polêmica.

Nascido no município de Ciénaga de Oro, no departamento de Córdoba, na costa caribenha, em 1960, entrou para a vida pública ainda jovem, aos 21 anos, como conselheiro municipal, uma espécie de vereador. Foi nessa época também que se aproximou do M-19.

A eleição deste ano é a terceira tentativa de Petro de ocupar a cadeira presidencial. Antes, o candidato foi senador e prefeito da capital colombiana, Bogotá.

Rodolfo Hernández

Com um princípio de vida política repleto de polêmicas, ele se autodenomina “Engenheiro Rodolfo Hernández”.

Nasceu em Piedecuesta, no departamento de Santander, em 1945, é um empresário na mesma região, localizada no nordeste da Colômbia.

Em 1992 foi eleito vereador, mas nunca assumiu o cargo. Anos depois, em 2016, foi eleito prefeito de Bucaramanga, embora não tenha completado o mandato por uma série de sanções disciplinares impostas pela Procuradoria-Geral da Colômbia devido a escândalos. A reportagem entrou em contato com os representantes de Hernández sobre os acontecimentos, mas não obteve retorno.

Fonte: CNN *Com informações da CNN Internacional

Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

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