Por Ana Danin
O primeiro momento da Cúpula da Amazônia em Belém (PA), nesta terça-feira, 8, foi marcado pela escuta ativa dos chefes de estado e outras autoridades aos representantes de segmentos sociais participantes dos Diálogos Amazônicos, que relataram as expectativas dos povos da região por um futuro com mais respeito e integração entre pessoas e meio ambiente.
No total, seis relatórios da sociedade civil, foram entregues aos chefes de estado. Confira o conteúdo de cada um, abaixo:
Relatório 5 – Tema: “Os povos indígenas das Amazônias: um novo projeto inclusivo para a região”;
Relatório 6 – Tema: “Amazônias Negras: Racismo Ambiental, Povos e Comunidades Tradicionais”.
O brasileiro Pablo Neri, um dos representantes da sociedade civil na entrega dos relatórios, falou da necessidade urgente de todos se unirem contra a fome da região.
“A fome não pode ser normalizada na região amazônica, nem a partir da dificuldade do acesso, nem a partir de alimentos inadequados. Os Diálogos Amazônicos, em vários espaços, lançaram uma campanha contra a fome na região amazônica, que tenha na sua base a participação social como estratégia para enfrentar a fome com a soberania popular”, ressaltou.
Além dele, representaram a sociedade civil na entrega dos relatórios Enrique Mata Landaeta (Venezuela), Manuela Salomé Merino (Equador), Pablo Solón (Bolívia), Ruth Consuelo Chaparro (Colômbia) e Toya Manchieri (Brasil).
Em seu discurso após a fala dos representantes sociais, o presidente Lula destacou a força e o ineditismo da participação popular em um evento como a Cúpula.
Ao lembrar dos Diálogos Amazônicos, evento que antecedeu o encontro dos chefes de Estado, Lula reforçou que “nunca na história da Amazônia houve uma participação popular tão rica, tão diversa (…) que produziu um documento extraordinário, que é uma das novidades aqui: vai ter o documento apresentado pelos presidentes, mas vai ter, para nos pressionar a trabalhar mais, um documento apresentado pela sociedade civil organizada”, afirmou, ressaltando a expectativa de que os Diálogos Amazônicos entrem para a história como um marco na retomada da interação entre as sociedades e os governos da nossa região.