Custos da indústria brasileira aumentam 3,8%, informa CNI

\"\"Os custos da indústria brasileira subiram 3,8% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, na série livre de efeitos sazonais. A alta foi impulsionada pelo aumento dos custos dos bens intermediários, da energia e do capital de giro, informa o Indicador de Custos Industriais, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (18).

 

“Trata-se de um aumento significativo”, avalia a economista da CNI Maria Carolina Marques. Ela lembra que as incertezas do período eleitoral, que provocaram a desvalorização do real no terceiro trimestre, contribuíram para a alta dos bens intermediários importados utilizados nos processos de produção.

De acordo com o estudo, o custo com bens intermediários nacionais e importados aumentou 5,3% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, na série de dados dessazonalizados. Foi o segundo maior aumento registrado desde o último trimestre de 2015 e só ficou atrás do verificado no segundo trimestre deste ano. Os custos com bens intermediários importados subiram 9,1% e os dos insumos nacionais aumentaram 4,6% no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal.

 

No mesmo período, o custo com energia aumentou 6,4%. Foi o quinto trimestre consecutivo de elevação desse componente. Mesmo com a manutenção da taxa básica de juros em 6,5% ao ano, o custo da indústria com capital de giro cresceu 3,8% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. O primeiro aumento depois de nove meses consecutivos no indicador pode ser resultado das incertezas do período eleitoral, avalia a CNI.

 

COMPETITIVIDADE – Segundo Maria Carolina Marques, o impacto dos aumentos depende da estrutura de custos dos diferentes setores. “Indústrias que usam mais insumos importados tiveram aumentos maiores nos custos. O mesmo ocorreu com as indústrias que consomem muita energia nos processos de produção”, diz a economista.

 

Apesar disso, destaca Maria Carolina, as empresas conseguiram repassar a alta dos custos. No mesmo período em que os custos subiram 3,8%, os preços dos produtos industrializados no mercado interno subiram 4,2%. “Na média, a lucratividade das empresas não ficou comprometida”, afirma.

 

A competitividade dos produtos brasileiros também melhorou, pois, com a valorização do dólar, os custos dos manufaturados importados subiram 12,2%. “O ganho de competitividade da indústria brasileira também ocorreu no mercado internacional. Enquanto os custos industriais se elevaram em 3,8%, o índice de preços dos produtos manufaturados nos Estados Unidos, em reais, aumentou 10,4% no período”, informa o estudo.

 

*Informações Agência Brasil de Notícias

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