Por Ligia Tuon / CNN Brasil
A taxa de desemprego no Brasil caiu a 8,3% no trimestre encerrado em outubro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (30). Trata-se da menor taxa para o período desde 2014.
O mercado esperava uma taxa de 8,5% no período, segundo pesquisa da Reuters.
A taxa representa uma queda de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, de maio a julho. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, a queda foi de 3,8 p.p.
O contingente de pessoas ocupadas atingiu no período novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com aumento de 1%, para 99,7 milhões.
“Este momento de crescimento de ocupação já vem em curso desde o segundo semestre de 2021. Com a aproximação dos últimos meses do ano, período em que historicamente há aumento de geração de emprego, a tendência se mantém”, diz Adriana Beringuy, coordenadora da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em nota.
Já população desocupada foi de 9 milhões de pessoas, o que presenta um recuo de 8,7% em comparação com o tri encerrado no mês de julho, menos 860 mil pessoas. É o menor nível desde julho de 2015, diz o IBGE.
Grupo com carteira assinada e renda crescem
No trimestre encerrado em outubro, o número de empregados com carteira de trabalho assinada cresceu 2,3% (822 mil pessoas), chegando a 36,6 milhões.
Segundo Beringuy, “esse índice segue em alta há mais de um ano, o que mostra não apenas que o mercado de trabalho está em expansão numérica de ocupados, mas também apresentando algum crescimento na formalização da população ocupada”.
O rendimento real habitual também cresceu, registrando alta de 2,9% em relação ao trimestre anterior, a R$ 2.754. A massa de rendimento real habitual atingiu recorde da série histórica, totalizando R$ 269,5 bilhões, um crescimento de 4% no trimestre e 11,5% na comparação anual.
O IBGE destaca entre as funções com maiores altas empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (3,4%, ou mais R$ 137) e conta própria (3,3%, ou mais R$ 69), além do empregado com carteira de trabalho assinada (3,1%, ou mais R$ 79).
Já entre os grupamentos, os maiores aumentos foram em transporte, armazenagem e correio (6,5%, ou mais R$ 163), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (5,7%, ou mais R$ 100) e Construção (5,5%, ou mais R$ 114).
Taxa de informalidade cai
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado bateu o recorde da série, chegando 13,4 milhões de pessoas, um aumento de 2,3% (297 mil pessoas) contra o trimestre anterior e de 11,8% (1,4 milhão de pessoas) no ano, diz a pesquisa.
O número de empregados no setor público foi outro a bater o recorde da série histórica (12,3 milhões), com alta de 2,3% no trimestre. Já a taxa de informalidade foi 39,1% da população ocupada, menor que o trimestre anterior, quando foi de 39,4%, e no mesmo período do ano passado, quando atingiu 40,7%.
O número de trabalhadores informais chegou a 39 milhões.